Na metade do século 19, quando o País travava uma batalha contra o surto de cólera, que vitimava cerca de 100 pessoas por dia, nascia o Hospital Português de Beneficência Provisório, na Boa Vista, Centro do Recife, com a tarefa de tratar vítimas da epidemia. Ao longo de 161 anos, a instituição acompanhou o progresso da ciência sem deixar de lado o cuidado humanizado. Nessa missão, conseguiu se expandir de tal forma que reúne hoje, no bairro de Paissandu, na mesma região, dimensões, infraestrutura, fluxo de pessoas e serviços que lembram uma cidade.
Pelos oito hectares (área maior que a do Parque da Jaqueira, com 7 hectares), circulam cerca de 6,5 mil pessoas diariamente, além de outras milhares que transitam pelo Real Hospital Português (RHP) nos veículos que entram e saem do complexo. As edificações onde estão os leitos, as clínicas e os setores de emergências são circundadas por restaurantes, bancos, biblioteca, brinquedoteca, capela, salão de beleza e heliponto.
“É um hospital aberto a todas as camadas da sociedade pernambucana. Não é por acaso que chegou a 161 anos de funcionamento”, diz o gerente-médico do RHP, Guilherme Robalinho, que dá destaque ao braço acadêmico do complexo: o programa de residência médica, criado em 2009 com a geriatria (foi o primeiro credenciado nessa especialidade em Pernambuco). Sete anos depois, a instituição já colabora com o Estado na formação de médicos de mais oito áreas.