Cirurgias refrativas: o paciente livre de usar óculos

Cirurgias que corrigem os problemas de visão devolvem aos pacientes a liberdade, a autoestima e abre leque de possibilidades
JC Online
Publicado em 16/12/2017 às 6:00
Cirurgias que corrigem os problemas de visão devolvem aos pacientes a liberdade, a autoestima e abre leque de possibilidades Foto: Ashlley Melo/JC Imagem


Há nove anos, o representante comercial Jayme Kouri diz que se livrou de um peso. Passou a ter liberdade para ler, dirigir, trabalhar, jogar bola e até fazer a barba. Antes, nada disso era possível sem uma ajudinha: a dos óculos de grau. Tudo mudou depois que ele tomou a decisão de fazer cirurgia refrativa e deixar as lentes para lá. “Quem usa óculos sabe o que é isso, ele é um peso na sua vida, para tudo. Ele lhe limita a uma série de coisas”, afirma.

Jayme usou óculos por 30 anos. Desde a adolescência, tinha hipermetropia e astigmatismo. Perto dos quarenta, veio também a presbiopia, a tal da “vista cansada”. “Eu era uma pessoa muito dependente dos óculos. Eu acordava, eu tinha que colocar. Isso quando eu não quebrava os óculos dormindo, não é?”, conta, tamanha era a dependência. Para quem costumava ler antes de dormir, brincar com os filhos pequenos e interpretar longas tabelas comerciais, o incômodo era cada vez mais latente.

Quando a armação dos óculos começou a aguentar lentes pesadas, com mais de quatro graus, ele questionou o médico sobre as alternativas. E o oftalmologista João Vilaça, do Hospital da Visão de Pernambuco (HVISÃO), entendeu completamente a vontade do paciente quando indicou a cirurgia refrativa. “Óculos ou lentes de grau são uma prisão. O paciente se sente preso, dependente para qualquer atividade”, explica o médico, que faz em torno de 40 cirurgias refrativas todo mês. “A gente pode dizer que a operação melhora a qualidade de vida, melhora a autoestima do paciente. Existe também o estigma de que óculos, principalmente para vista cansada, são um sinal de velhice”, continua.

O procedimento tem o objetivo de mudar a curvatura da córnea, uma das responsáveis por focalizar a imagem que chega até a retina. O laser “esculpe” essa estrutura para que o foco se ajuste, sem precisar de lentes corretoras para chegar à nitidez. Mas antes de ir para a sala de cirurgia, é preciso fazer exames e checar se realmente há a indicação cirúrgica, que passa por alguns pré-requisitos. “Um critério importantíssimo é a estabilidade do grau. Nunca devemos operar um paciente com grau que esteja modificando muito, por isso as indicações cirúrgicas são depois dos 18 anos de idade. Outro ponto importante é ter uma avaliação criteriosa da córnea. Nem toda córnea pode ser operada; ela não pode ser muito fina, porque o laser já diminui a espessura da córnea; não pode ser curva demais, nem plana demais”, enumera o doutor João.

Apesar de ser uma cirurgia considerada complexa, porque envolve tecnologias de última geração, é um procedimento previsível, seguro, rápido e indolor para o paciente. Dura em média cinco minutos. “Quando o paciente se levanta na maca, ele já tem uma visão muito boa. Claro que a melhora vai acontecendo a cada dia, mas é uma melhora extremamente rápida, em até duas semanas”, diz.

“A recuperação é maravilhosa, eu só posso falar isso”, pontua Jayme. “Foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida. Aposentei os óculos, botei ele de lado, realmente. Meu celular pode ter letra pequena, voltei a ler meus livros com tranquilidade, estou bem”, conclui Jayme.

Sempre que o paciente tem resultados favoráveis nos exames, doutor João indica a cirurgia. Muito além da profissão de médico, ele valoriza a visão acima de tudo, e reafirma que os benefícios da cirurgia são imensos. “Tudo que é prazeroso, tudo que está na minha memória, passou pela minha visão. Foi tudo documentado, fotografado, guardado na minha memória. Por isso, minha profissão é tão importante para mim. A independência do óculos traz um grau de satisfação, melhora a autoestima, melhora a qualidade de vida. Pacientes se tornam muito mais felizes depois de uma cirurgia dessas”, finaliza.

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