INVESTIGAÇÃO

Secretaria de Saúde nega contaminação de botulismo em Pernambuco

Três pessoas da mesma família teriam sido diagnosticadas com o botulismo; uma delas faleceu no último domingo (25)

JC Online
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Publicado em 28/03/2018 às 16:49
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Três pessoas da mesma família teriam sido diagnosticadas com o botulismo; uma delas faleceu no último domingo (25) - FOTO: Foto: Pixabay
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A Secretaria Estadual de Saúde (SES) nega que causa da morte do idoso registrada no último domingo (25) tenha sido botulismo. De acordo com primeiro laudo emitido pela secretaria, três pessoas da mesma família estariam contaminadas com a toxina, e uma delas, José Ronaldo, de 69 anos, chegou a falecer. Após análises laboratoriais, não foi possível identificar a presença da toxina nos suspeitos. 

Por meio de nota, a SES informou que “os resultados laboratoriais das amostras humanas dos casos suspeitos de botulismo não revelaram a presença da toxina botulínica. Da mesma forma, os alimentos coletados no domicílio da família não apresentaram condições para multiplicação do micro-organismo Clostridium botulínico, que produz a toxina. As análises foram realizadas no Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência nacional, fixado em São Paulo”.

A família deu entrada no Hospital Oswaldo Cruz, no dia 24 de janeiro, com suspeitas da contaminação por meio de um alimento. Os pacientes procuraram a unidade desde que Maria Lúcia Barbosa, 65 anos, o seu esposo, José Ronaldo, 69, e o filho do casal, Ronaldo Alves, 48 foram internados. Nos exames realizados previamente no dia da internação, a Secretaria de Saúde confirmou que os três estavam contaminados.

A SES notificou um caso da contaminação em 2007 e três em 2016. Em todos, os pacientes evoluíram bem, sem sequelas.

Resultado das análises

De acordo com a nota enviada pela SES, sobre as análises realizadas pelo Instituto Adolfo Lutz, “não foi encontrada a presença da toxina botulínica nas amostras do paciente de 48 anos (sangue, fezes e lavado gástrico) e no senhor de 69 (sangue), ambas coletadas em tempo oportuno (até 8 dias do início dos sintomas). As amostras da paciente de 65 anos não foram investigadas por terem sido coletadas fora do prazo, decorrente da notificação tardia dessa paciente (22 dias após o início dos sintomas)”.

A secretaria destaca que “foi notificada da suspeita de botulismo apenas no dia 24 de janeiro e, de imediato, colocou em prática os protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde (MS) para esse tipo de situação, inclusive realizando as coletas. A SES ressalta que continua monitorando o caso e que irá discutir com especialistas os dados já coletados”.

Investigação

"A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informa que técnicos da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), juntamente com a Vigilância Sanitária do município de Olinda e técnicos da Vigilância Epidemiológica da SES, estiveram na casa dos pacientes suspeitos de botulismo no dia 29.01. No local, foram coletadas algumas amostras de alimentos. Os insumos foram enviados ao Instituto Adolfo Lutz, que não identificou condição para presença da toxina botulínica".

Relembre o caso

Uma comida servida num almoço de família pode ter sido a causa da intoxicação de pelo menos três pessoas de uma mesma família que foram diagnosticadas com botulismo, doença neuroparalítica grave que não é transmitida entre pessoas, resultante da ação de uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Além dos três diagnosticados, mais 5 pessoas da família teriam ido realizar exames. 

 "O que os pacientes nos relataram é que, num almoço realizado no dia 1º de janeiro, ingeriram uma torta de frango feita por Lúcia. Os dois pacientes que não estão internados e estão sob investigação comeram pouco porque sentiram um gosto estranho na comida. Por isso possivelmente não foram contaminados. De qualquer forma, na próxima semana serão avaliados novamente", explicou o médico infectologista Filipe Prohaska, do Oswaldo Cruz.

José, que veio a óbito, foi enterrado nesta segunda-feira (26), no cemitério de Santo Amaro, no Centro do Recife. A esposa  permanece internada em uma unidade hospitalar particular. A terceira pessoa contaminada, o filho do casal, já recebeu alta.

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