intoxicação exógena

Óleo nas praias: Secretaria Estadual de Saúde monitora casos de intoxicação

Há 19 casos em investigação, sendo 17 em São José da Coroa Grande e dois em Ipojuca

JC Online
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Publicado em 24/10/2019 às 18:37
Foto: Prefeitura de Tamandaré / ASCOM
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Em meio ao desastre do óleo que atinge o litoral nordestino, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que está monitorando casos de intoxicação exógena notificados pelas unidades de saúde de Pernambuco. Até esta quinta-feira (24), eram 19 ocorrências em processo de investigação pelas equipes de Vigilância em Saúde da SES-PE, sendo 17 em São José da Coroa Grande e dois em Ipojuca.

Os pacientes foram atendidos em unidades após apresentarem sintomas de intoxicação devido ao contato com o produto tóxico e também pelo uso indevido de solventes para retirada do produto. Todos apresentaram sintomas leves, como vômito, náusea e ardência nos olhos, sem a necessidade de uma atenção de maior complexidade.

Segundo a SES-PE, desde o início da semana, equipes da Vigilância em Saúde realizam visitas de campo nas praias onde ocorrem os mutirões de limpeza do óleo, assim como nas unidades de saúde. Foram visitados, até agora, os municípios do Cabo de Santo Agostinho (Praia do Paiva, Suape, Itapuama, Calhetas, Gaibu), São José da Coroa Grande, Goiana (Praia de Catuama e Ponta de Pedra) e Itamaracá (Praia do Pilar, Forte Orange e Jaguaribe), além de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, e Janga, em Paulista. O objetivo das equipes é alertar profissionais da saúde sobre sintomas de intoxicação, além do preenchimento correto da Ficha de Investigação de Intoxicação Exógena no  Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

O protocolo de atendimento para estes casos recomenda o tratamento de acordo com a sintomatologia clínica. "O reforço é para que os profissionais e as equipes de vigilância em saúde municipais realizem a notificação, nos sistemas de informação, dos casos suspeitos e confirmados da intoxicação exógena. Também solicitamos que comuniquem, por meio de telefone específico, de forma imediata, à Secretaria de Vigilância em Saúde da SES-PE para que a situação possa ser permanentemente monitorada", explicou o coordenador do Centro de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública da Secretaria Estadual de Saúde, George Dimech.

Casos registrados em São José da Coroa Grande

Em São José da Coroa Grande, no Litoral Sul do Estado, a primeira cidade a registrar, há uma semana, o reaparecimento da substância, 17 pessoas, entre voluntários e funcionários municipais precisaram de atendimento médico entre o dia 17 de outubro e esta quarta-feira (23).

Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
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População auxilia na retirada de óleo em São José da Coroa Grande; cerca de 200 pessoas trabalham - Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
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População auxilia na retirada de óleo em São José da Coroa Grande; cerca de 200 pessoas trabalham - Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
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Cerca de 200 pessoas, entre voluntários, funcionários da prefeitura e marinheiros trabalham no local - Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
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Cerca de 200 pessoas, entre voluntários, funcionários da prefeitura e marinheiros trabalham no local - Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
Foto: Bruno Campos/JC Imagem
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Em Carneiros, população se desdobra para retirar óleo da praia. Material apareceu na manhã de sexta - Foto: Bruno Campos/JC Imagem
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Em Carneiros, população se desdobra para retirar óleo da praia. Material apareceu na manhã de sexta - Foto: Bruno Campos/JC Imagem
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Em Carneiros, população se desdobra para retirar óleo - Foto: Bruno Campos/JC Imagem
Foto: Prefeitura de Tamandaré / ASCOM
Prefeitura, Secretarias de Infraestrutura e Meio Ambiente e a Defesa Civil, retiram o material - Foto: Prefeitura de Tamandaré / ASCOM
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O óleo já havia sido encontrado na região através de vestígios, mas reapareceu de forma mais intensa - Foto: Prefeitura de Tamandaré / ASCOM
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A praia é uma das mais procuradas em Pernambuco - Foto: Prefeitura de Tamandaré / ASCOM
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A informação foi confirmada pelo Secretário de Meio Ambiente da cidade, Manuel Pedrosa - Foto: Prefeitura de Tamandaré / ASCOM

“A maioria estava apresentando cefaleia, náuseas e lesão de pele por conta do contato com a substância. Esse pessoal foi encaminhado para a Unidade Mista Osmário Omena de Oliveira, medicado e liberado. Além desses casos, temos indícios de subnotificações, pessoas que tiveram contato, apresentaram sintomas e não nos procuraram”, explicou a secretária de Saúde municipal, Taciana Mota.

Recomendações

A SES-PE reitera a recomendação de nunca usar solventes, como querosene, gasolina, álcool, acetona e tiner, para remoção, já que esses produtos podem ser absorvidos e causar lesões na pele. O indicado é que seja usados óleo de cozinha (óleos de origem vegetal), ou outros produtos contendo glicerina ou lanolina. Durante as atividades de retirada do óleo, recomenda-se evitar o contato direto com a substância por meio do uso de máscara descartável; luvas de borracha resistente; botas ou galochas de plástico ou outro material impermeável. Também não se deve usar tênis, chinelo, bota de trilha nem ir descalço. È importante vestir roupas que cubram as pernas e os braços, se possível, de material impermeável. Além disso, não é recomendada a participação de crianças, gestantes e doentes crônicos nos mutirões de limpeza.

Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco

O Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox), que funciona como uma central para sanar dúvidas e orientar a população e profissionais de saúde sobre os casos de intoxicações exógenas e acidentes com animais peçonhentos, pode ser contatado por meio do telefone 0800 722 6001. Profissionais do serviço estão aptos a tirarem dúvidas sobre exposição ao produto e aparecimento de sintomas, assim como outras orientações, como a procura pelo atendimento médico adequado em cada uma das situações.

Pesquisa

Em decorrência do aparecimento de vestígios de petróleo cru em 23 praias do Estado, especialistas recolheram amostras do material, nesta quinta-feira (24), na praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. A intenção é descobrir a quantidade de óleo que está dissolvido nas águas de 13 praias de Pernambuco, a fim de determinar qual é a extensão do dano do poluente para a vida marinha e para o ser humano.

Os oceanógrafos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Eliete Zanardi Lamardo e Gilvan Yogui, ambos especialistas em poluição marinha por petróleo, orientarão estudiosos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas) e da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).

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