A Praça Maciel Pinheiro, no coração do bairro da Boa Vista, já foi um espaço pulsante, reduto de muitas famílias, artistas e intelectuais. Nas últimas décadas, no entanto, o abandono do poder público tornou o espaço uma sombra dos seus dias de glórias. Mas, naquele espaço maltratado, continuam a germinar iniciativas que buscam transformar, com a arte, a realidade do lugar, como o Grupo de Teatro Loucos e Oprimidos da Praça Maciel Pinheiro. Sábado (12), às 20h, depois de circularem por bairros periféricos do Recife, os artistas retornam ao seu local de origem para uma grande celebração, com o encerramento da circulação de Pólo Marginal – Opereta de Rua.
Inspirado na obra do jornalista, poeta e músico Marco Polo, o espetáculo acompanha um grupo de artistas saltimbancos que personificam a figura do pirata e aportam no centro de uma cidade. Eles espalham sua poesia como uma forma de provocar as pessoas com relação à sensibilidade e a emoção presente em cada delas, ora utilizando versos livres, ora rimados. Além dos textos de Marco, a obra conta com músicas da Ave Sangria, banda do poeta e marco da psicodelia em Pernambuco.
“Tem sido muito interessante circular com esse trabalho, desde 2010, porque é uma chance de apresentar esse lado menos conhecido da obra de Marco Polo. Nessa etapa que concluímos hoje, pudemos ir para várias comunidades da Região Metropolitana do Recife e a resposta foi ótima, atingindo públicos diferentes. Teatro de rua é isso: para tudo e para todos”, afirmou Rodrigo Torres, um dos integrantes do coletivo.
Além de encerrar a circulação, o grupo aproveita a noite para fazer o pré-lançamento de seu novo projeto de pesquisa, intitulado Primeiro Ato: Poética Marginal. Nele, estudarão três deles escritores Francisco Espinhara, Erickson Luna e França, todos já falecidos. “Nossa ideia é criar um espetáculo, além de outros materiais”, disse Torres.
A noite contará ainda com declamações do Sarau da Boa Vista e do Poesis. Marco Polo e os filhos do trio de autores estudados estarão presentes.