Os traços insistentes e múltiplos do sul-africano William Kentridge refletem o artista irrequieto que faz da sua obra um questionamento da sociedade que tenta, agora, se reerguer após o furacão do Apartheid. Parte do trabalho deste desenhista – cuja carreira começou no teatro e depois foi para o cinema – está em cartaz a partir de hoje, na Galeria Vicente do Rego Monteiro, na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) do Derby. A abertura acontece às 19h, com entrada gratuita.
A exposição Desenhos para projeção, disponível ao público até 26 de outubro, tem curadoria de Moacir dos Anjos. O acervo reúne dez filmes de animação feitos por Kentridge entre 1989 e 2011 (a maioria deles, nos anos 1990). No seu trabalho, Kentridge imprime uma linguagem a qual ele mesmo chama de “cinema da idade da pedra”. O artista fotografa, frame por frame, alterações que faz sobre um único desenho, em carvão ou pastel. Na sequência, as marcas brutas mantêm-se.
“São filmes com características próprias. Para cada um dos filmes, com média de sete minutos cada, ele usou apenas 20 desenhos. O resultado disso é que ficam os rastros e vestígios. É como se você acompanhasse a construção do desenho”, explica Moacir.
A exposição inclui também, na próxima quinta, das 8h30 às 12h ou das 14h30 às 18h, atividade de formação em arte contemporânea para professores. As inscrições podem ser feitas pelo educativoecmm@fundaj.gov.br. Estão disponibilizadas 25 vagas por turno.