Site reúne críticas sobre principais nomes da fotografia recifense

Focado especialmente em artistas que utilizam a linguagem fotográfica, o Limiares foi criado por Paulo Carvalho
Do JC Online
Publicado em 16/12/2015 às 5:53
Focado especialmente em artistas que utilizam a linguagem fotográfica, o Limiares foi criado por Paulo Carvalho Foto: Rodrigo Braga/Divulgação


É difícil encontrar informações sobre os principais artistas da fotografia pernambucana dos últimos 10 anos. Quando se pensa em comentários críticos e aprofundados, o material é ainda mais escasso. Ao notar essa lacuna, o pesquisador e professor Paulo Carvalho criou um projeto de pesquisa em fotografia, aprovado no edital do Funcultura em 2013. O resultado dos seus estudos e entrevistas foi transformado em um site, o Limiares (www.limiares.com.br), que entra no ar nesta quarta (16/12), a partir das 19h.

Mais do que um panorama histórico do período, Paulo optou por criar um acervo crítico do que foi produzido a partir das criações oito nomes: Marcelo Coutinho, Paulo Meira, Oriana Duarte, Carlos Mélo, Rodrigo Braga, Bruno Vilela, Jonathas de Andrade, Manoel Veiga e João Manoel Feliciano. Para chegar a essa seleção, ele mergulhou nos acervos do Mamam e da Fundaj e conversou com Moacir dos Anjos e Carlos Mélo. “Muitos dos nomes que eu encontrava não atuavam mais como artistas. Eu preferi abordar artistas que continuam colocando questões importantes nas suas obras”, comenta.

O site se propõe, portanto, a trazer uma entrevista e um texto crítico sobre cada um dos artistas escolhidos, além de uma galeria com as imagens citadas por cada um. “O que noto é que o fotográfico neles não está conectado com a noção do fotográfico do senso comum, que vê o fotógrafo como alguém com o melhor equipamento e um virtuosismo técnico. Esses artistas, que fizeram os trabalhos mais potentes da última década no Recife, tinham uma formação que pode ser descrita como precária na área. A fotografia é uma estratégia poética deles, que fogem de clichês rápidos e até modificam a noção de autoria, pois muitas das fotos de suas performances são feitas por outras pessoas”, comenta. “Esses trabalhos são feitos também por artistas de fora dos espaços tradicionais da fotografia, que não saíram de faculdades e cursos. Onde há menos poder, há mais potência”, avalia.

Outro ponto que Paulo destaca é que vários desses artistas deixaram o Recife para atuar em outras cidades. Além disso, Paulo criou o site com uma estrutura aberta, que pode receber acréscimos. "Penso em escrever sobre Ana Lira, por exemplo, e outros fotógrafos do começo da década atual", ainda adianta. O site tem edição de Schneider Carpeggiani e design de Hallina Beltrão.

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