A arte contemporânea brasileira tem conseguido, de modo geral, uma mistura vigorosa de elementos regionais e universais. Como forma de oferecer um, ainda que breve e restrito, panorama da produção nacional em sua pluralidade, o Prêmio Marcantonio Vilaça selecionou, em sua 5ª edição, artistas de diferentes regiões do País. Com trabalhos de Berna Reale (PA), Gê Orthof (DF), Grupo EmpreZa (GO), Nicolás Robbio (SP) e Virgínia de Medeiros (BA), a mostra encerra sua itinerância a partir de hoje, às 19h, com temporada no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam).
Com curadoria de Marcus Lontra, a exposição não tem uma temática definida, opção que tem o objetivo de dar liberdade aos criadores, sem engessá-los em conceitos.
“A mostra não tem excesso de curadoria. Na verdade, busquei fugir dessa ideia porque, muitas vezes, os artistas viram meros ilustradores das ideias brilhantes dos curadores. O que nós quisemos buscar foi justamente a ideia de pluralidade, de trabalhos que revelem como nosso país é plural”, afirma Lontra.
O trabalho de Berna Reale, que já expôs na Bienal de Veneza, é voltado para a videoarte, incidindo sobre questões como o poder a partir da provocação. Em um deles, por exemplo, a artista aparece com o fardamento da guarda do Vaticano empenhando uma bandeira do arco-íris.
Virgínia de Medeiros, com a obra Fábula do Olhar, lança luz sobre as minorias, abrindo espaço simbólico para os socialmente excluídos. Na série de fotografias, ela registra pessoas em situações de rua a partir dos olhares destes personagens.
Já o Grupo EmpreZa trata a questão do corpo de forma mais visceral – pele, sangue, sexo – beirando a violência em trabalhos em vídeo e performance.
Em sua obra, Ambos Mundos, Gê Orthof, investiga o universo da memória, em um trabalho menos literal, exigindo do visitante um olhar atento. Por essa mesma linha segue o argentino baseado em São Paulo Nicolás Robbio, porém com uma pegada mais voltada para a arte urbana. Através de desenhos de linhas e traçados, baseando-se na tecnologia do GPS, ele busca discutir nosso lugar no mundo e por entre esses traçados.
No espaço, também estarão expostas as obras da homenageada dessa edição, Amelia Toledo, além do projeto de curadoria vencedor da 5ª edição do prêmio: a mostra Zona de Perigo, do goiano Divino Sobral, que reúne trabalhos de 12 artistas brasileiros focados na discussão sobre criminalidade, violência, segurança e justiça.