Hilton Lacerda filma Tatuagem em Olinda

Conhecido pelos roteiros de Amarelo manga, Baixio das bestas e o novo A febre do rato Hilton estreia no formato de longa-metragem de ficção
Do JC Online
Publicado em 05/11/2011 às 13:23


 

“Estamos aqui, nós somos Chão de Estrela e nosso show vai estrear. Mas não se engane nós somos perigosas e gostosinhas e amorosas”. A música era entoada pelo atores no nono dia de filmagens de Tatuagem, estreia de Hilton Lacerda (conhecido pelos roteiros de Amarelo manga, Baixio das bestas e o novo A febre do rato), como diretor no formato longa-metragem de ficção.

As gravações aconteceram em um casarão desocupado de Olinda, na última quinta-feira. A produção se passa em 1978 e na cena descrita acima um dos atores do grupo teatral Chão de Estrela preparava um filme em super 8 sobre a trupe.

Para criar Tatuagem, Hilton Lacerda se inspirou livremente no Vivencial, grupo que atuou no Recife entre 1974 e 1981 e ficou famoso pelas adaptações teatrais e, principalmente, pelo teor libertário das suas peças. “A ideia de Tatuagem é antiga. Inicialmente, queria me debruçar sobre um personagem recifense, o Túlio Carella que escreveu Orgias. Mas depois de uma conversa com o Silvério Trevisan, ele me deu a ideia de falar do grupo Vivencial. Na época pensei em fazer um documentário, pois adaptar um fato real para ficção me desagrada. Mas como influência, a ideia do Vivencial me pareceu sensacional. O Chão de Estrelas tem uma inspiração afetiva no Vivencial, no entanto, é uma história ficcional”, analisa Hilton.

No filme, o grupo de teatro marginal Chão de Estrelas é liderado pela figura de Clécio, interpretado pelo ator pernambucano Irandhir Santos, enérgico e deslumbrante em cena. “Irandhir veio junto com o projeto que inclusive é anterior a Baixio das bestas. Quando escrevi o personagem, não pensava que fosse para Irandhir, ele era Irandhir, a sua interpretação, o seu rosto”, refletiu o cineasta. Além de tratar do espírito libertário da companhia e de um futuro utópico e esperançoso, Tatuagem se desenvolve através de uma história de amor, mantida entre dois homens de grupos muito diferentes. “O filme tem uma espinha dorsal que é uma relação amorosa entre dois grupos distintos: um personagem é o líder do grupo teatral anarquista, o outro é de um mundo mais formal, o militar (soldado Fininha, interpretado por Jesuíta Barbosa). A ideia de conflito entre essas esferas é o pano de fundo da história”, conta.

Leia mais na edição deste sábado (5) do JC, no Caderno C


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