Não é todo dia que temos um dos 10 melhores filmes da história do cinema em cartaz. Depois de dois fins de semana em pré-estreia, o magistral 8 1/2, do italiano Federico Fellini, entra na programação diária do Cinema do Museu nesta quinta-feira (17/3). A rentrée de 8 1/2 nos cinemas brasileiros faz parte de um acontecimento mundial.
No ano passado, a versão restaurada pela Cinemateca Nacional Italiana teve sua primeira exibição internacional no Festival de Cannes, que homenageou o filme com a foto de Marcelo Mastroianni estampada no cartaz. Em cópia digital DCP, que o recupera tal e qual pensado por Fellini, 8 1/2 volta ao convívio dos cinéfilos 50 e poucos anos depois de sua realização.
Na história do cinema, uma arte em desenvolvimento, 50 anos não é muita coisa. Mesmo assim, não se pode negar que esse tempo é elástico o suficiente para confirmar a genialidade de um filme que continua a apaixonar a quem o assiste pela primeira vez. Entre tantas qualidades da obra-prima de Fellini, talvez a mais instigante seja a de que estamos diante de um filme em progresso – se construindo aos olhos de quem o vê.
Mas não é simplesmente isso, como se 8 1/2 fosse um making of de um filme qualquer. Não é. Como poucas obras cinematográficas, o diretor italiano teve um insight de gênio: criou um filme sobre o ato criador, sobre a imaginação e todas as ideias – absurdas, estranhas, impossíveis e indizíveis – que vem à mente de um artista na hora de criar.
Assim como o diretor Guido Anselmi, interpretado por Mastroianni, Fellini entrou em crise de criatividade. Poucos anos antes, ele havia chegado aos píncaros da glória com A Doce Vida, que obteve sucesso mundial, escandalizou a sociedade e até a Igreja. De repente, no meio de um episódio para o filme coletivo Bocaccio 70, ele assinou um contrato com o produtor Angelo Rizzoli para um novo filme.
Leia a crítica completa na edição desta quarta-feira (16/3) no Caderno C, do Jornal do Commercio.