Kleber Mendonça Filho se pronunciou, via Facebook, sobre a escolha de de Pequeno Segredo como representante brasileiro à vaga no Oscar em detrimento, divulgada nesta segunda-feira (12). O diretor, que está em Toronto acompanhado de Sônia Braga, afirmou que a exclusão de Aquarius já era esperada e reflete a sintonia da comissão com a política nacional.
Com um público de aproximadamente 200 mil espectadores e aclamação crítica, Aquarius era o grande favorito para representar o Brasil na vaga pela indicação de Melhor Filme em Língua Estrangeiro no Oscar 2017. Porém, desde o protesto da equipe em Cannes, se posicionando contra o impeachment de Dilma Rousseff, muitos acreditam que a obra sofreu uma perseguição política por parte da comissão responsável pela seleção, selecionada pela Secretaria do Audiovisual.
Em seu pronunciamento no Facebook, Kleber disse que, de alguma forma, a decisão já era esperada. "É bem possível que a decisão da comissão esteja em total sintonia com a realidade política do Brasil, ou seja, é coerente e já esperada", escreveu.
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Leia o texto na íntegra:
"Soube aqui no Festival de Toronto da decisão via Ministério da Cultura de não indicar AQUARIUS como candidato brasileiro ao Oscar. Estou numa tarde de entrevistas e já vendo o tipo de reação que tem surgido na imprensa e redes sociais. É bem possível que a decisão da comissão esteja em total sintonia com a realidade política do Brasil, ou seja, é coerente e já esperada. Para além de decisões institucionais via Governo Brasileiro, AQUARIUS tem conquistado internacionalmente um tipo raro de prestígio, e isso inclui distribuição comercial em mais de 60 países enquanto já se aproxima dos 200 mil espectadores nos cinemas brasileiros, com um tipo de impacto popular também raro. Mais ainda, é um filme que já faz parte da cultura e desse tempo, num ano difícil no nosso país. No final das contas, AQUARIUS é um filme sobre o Brasil, que está no filme da maneira mais honesta possível. Talvez seja exatamente esta honestidade que tenha feito de AQUARIUS um filme forte como agente cultural, social e produto da nossa indústria do entretenimento. Sonia está aqui do lado, poderosa como Clara. Ela manda beijos! (Toronto, 12 Setembro 2016)"