"La La Land", uma ode à época de ouro dos grandes musicais de Hollywood e ao sonho de muitos de chegar à fama, é o grande favorito ao Oscar neste domingo (26).
O filme do jovem diretor Damien Chazelle, no qual Hollywood celebra seu próprio trabalho, recebeu 14 indicações ao Oscar, o mesmo número de "Titanic" (1997) e "A Malvada" (1950).
A votação dos mais de 6.000 membros da Academia terminou na terça-feira e tudo indica que o musical deve dominar a premiação.
O evento deve começar às 17H00 em Los Angeles (22H00 de Brasília) e, ao que tudo indica, a cerimônia será marcada por discursos contra o presidente Donald Trump, ao mesmo tempo que tenta virar a página da polêmica racial dos últimos dois anos, desta vez com seis atores negros entre os indicados.
O tapete vermelho e as barreiras ao redor estão protegidos por plástico, já que a previsão é de chuva para Los Angeles no domingo.
"O mundo em Technicolor feito de música e máquina me chamou para estar na tela", afirma a música de abertura de "La La Land" ("Another Day of Sun"), um número em que os sonhadores que buscam a grande chance na bilionária indústria do cinema dançam e cantan em uma avenida engarrafada de Los Angeles.
E entre estas pessoas está Mia, interpretada por Emma Stone, que fracassa em vários testes, mas no final conquista a fama sacrificando seu amor por Sebastian, interpretado por Ryan Gosling, que, por sua vez, sonha em abrir o próprio clube de jazz.
O filme conta uma história de amor, com direito a beijos, sorrisos, choro, tristeza... todo o coquetel de uma comédia romântica, com música, números de dança e muitas referências à antiga Hollywood.
E esta adulação não passa despercebida.
O site Gold Derby prevê que o longa-metragem triunfará em 10 categorias, incluindo melhor filme, diretor, atriz, trilha sonora e canção original.
O resultado deixaria o filme com uma estatueta a menos que o recorde de 11 no Oscar, compartilhado por "Titanic", "Ben-Hur" (1959) e "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei" (2003).
Stone, que dominou a temporada de prêmios, deve conquistar seu primeiro Oscar desde que, aos 14 anos, convenceu os pais a se mudar para a Califórnia para virar atriz. Uma história ao estilo "La La Land".
No Globo de Ouro, ela venceu na categoria comédia/musical, enquanto a francesa Isabelle Huppert venceu na categoria drama por "Elle", pelo qual também foi indicada ao Oscar. O filme narra a história de uma vítima de estupro que procura seu agressor.
"Se não vencer é porque ela faz parecer (seu papel) muito fácil. As pessoas gostam de ver a atuação e com ela você não percebe, isto é o que faz dela tão fantástica", declarou à AFP um dos editores da revista The Hollywood Reporter.
As demais indicadas na categoria de melhor atriz são Natalie Portman, por "Jackie", Meryl Streep, que ampliou para 20 o recorde de indicações por "Florence: Quem É Essa Mulher?", e Ruth Negga por "Loving".
Uma das categorias mais difíceis de prever é a de melhor ator.
De acordo com várias previsões, Gosling não tem chances e a disputa está entre Casey Affleck e Denzel Washington.
Aflleck foi indicado pelo drama "Manchester À Beira-Mar", em que interpreta um zelador abalado e solitário, que precisa enfrentar seu trágico passado ao retornar a sua cidade natal para cuidar do sobrinho após a morte do irmão.
Washington está na disputa por "Um Limite Entre Nós", do qual também é o diretor. O astro, que já venceu o Oscar duas vezes (uma estatueta de melhor ator e outra de coadjuvante), interpreta um homem tenta criar sua família na década de 1950, ao mesmo tempo que enfrenta o fracasso em sua vida.
Ao lado de Washington, e depois da polêmica do #OscarsSoWhite (Oscar tão branco) que chegou a provocar um pedido de boicote contra a Academia, também foi indicada Viola Davis, favorita na categoria atriz coadjuvante por "Um Limite Entre Nós".
As outras atrizes negras indicados são a já citada Ruth Negga e, entre as coadjuvantes, Octavia Spencer por "Estrelas Além do Tempo" e Naomi Harris por "Moonlight".
Além disso, Mahershala Ali é o favorito entre os atores coadjuvantes por "Moonlight", filme que narra a história de um jovem homossexual negro que cresce em um bairro dominado pelas drogas e a pobreza de Miami.
O longa-metragem recebeu oito indicações, incluindo melhor filme e diretor para Barry Jenkins.
De acordo com vários analistas, "Moonlight", uma produção independente, é o único que tem alguma chance de evitar a vitória de "La La Land" na categoria melhor filme.