Cinema da Fundação promove inclusão com o projeto Alumiar

Sala irá exibir filmes com acessibilidade para pessoas com deficiências sensoriais (auditiva e visual))
JC Online
Publicado em 05/09/2017 às 5:53
Sala irá exibir filmes com acessibilidade para pessoas com deficiências sensoriais (auditiva e visual)) Foto: Gil Vicente/Divulgação


Dentro de um ano, as salas de cinema espalhadas pelo Brasil terão que oferecer recursos de acessibilidade para pessoas com deficiências sensoriais (auditiva e visual). As regras definidas pela Instrução Normativa 128/2016, da Agência Nacional de Cinema (Ancine), foram publicadas no dia 16 de setembro do ano passado e têm dois anos para serem implantadas. Enquanto as redes de cinema comerciais ainda discutem seus modelos de acessibilidade, o Cinema da Fundação saiu na frente com o projeto Alumiar, que foi lançado ontem, no Museu do Homem do Nordeste, com a assinatura de um Termo de Cooperação entre a TV Escola/MEC e a Fundação Joaquim Nabuco.

Elaborado pela coordenação do Cinema da Fundação, o projeto Lumiar tem como meta oferecer filmes brasileiros para pessoas com deficiências sensoriais. Cada filme vai ganhar recursos como Audiodescrição – AD (para pessoas cegas ou com baixa visão), Língua Brasileira de Sinais – Libras (para pessoas surdas) e Legendas (para surdos e ensurdecidos). Antes da assinatura do convênio, que contou com a presença do Ministro da Educação, Mendonça Filho; do diretor-geral da Associação de Comunicação Educativa Roquete Pinto, Fernando Veloso; e do presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Luiz Otávio Cavalcanti, foi exibido um curta-metragem com todas os recursos de acessibilidade.

O Cinema da Fundação ficou lotado, principalmente com a presença de alunos com deficiências sensoriais da Escola Barbosa Lima, no Derby, e da Escola Cônego Rochael de Medeiros, em Santo Amaro. Com os recursos de acessibilidade, a produção cinematográfica nacional será vista por um público que só agora tem seus direitos reconhecidos. Durante um ano, 20 títulos brasileiros serão exibidos no Cinema da Fundação, a partir de outubro, em sessões realizadas a cada 15 dias. Além da tela do cinema, os filmes vão fazer parte da programação da TV Escola e da TV Ines (Instituto Nacional de Educação de Surdos).

CRIAÇÃO DE PÚBLICO

“A gente quer criar um novo público, oferecendo transporte às escolas e associações para que as pessoas e os estudantes venham ao cinema, que terá sessões gratuitas. Além disso, queremos fortalecer Pernambuco com um pólo para fazer e pensar a acessibilidade comunicacional dos filmes brasileiros. Aqui, nós já temos algumas pessoas fazendo esse trabalho, mas precisamos discutir com o público, profissionais e estudantes formas de fazer melhor”, explicou a coordenadora do Cinema da Fundação, Ana Farache.

Além dos gestores e dos alunos, o evento contou também com a participação de associações e organizações de pessoas com deficiências, como Bernardo Glinza, membro da Associação de Surdos de Pernambuco, e o delegado da Organização Nacional de Cegos do BrasilRoberto José da Silva. “Um projeto como esse precisa ser replicado em todo o Brasil, para cada vez mais pessoas com deficiência possam aproveitar as salas de cinema e ter acesso a esse conteúdo”, afirmou Roberto.

“Este é um momento muito especial, que celebra um marco importante no cinema pernambucano e brasileiro, numa visão inclusiva, e que vai virar referência para outras sala de exibição em todo o País. Qualquer cidadão brasileiro precisa ter acesso à cultura e educação”, disse o ministro Mendonça Filho, no final da cerimônia.

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