Termina neste domingo (12), às 22h, a 21ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato, a Fenearte. Mas, para os artesãos, esse encerramento abre um novo calendário de encomendas fundamental para a sustento das atividades nos meses seguintes. Para os expositores locais, a feira é, na verdade, a mais importante vitrine para se apresentarem a lojistas de todo o País.
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Uma amostra da continuidade dos negócios além dos 12 dias da Fenearte pode ser sentido na Rodada de Negócios, organizada pelo Sebrae nos três primeiros dias da feira. A instituição trouxe 26 lojistas de todo o País, que movimentaram R$ 5.343.846 em negócios (incluindo os fechados na hora e os acordados para os próximos 12 meses).
Há dez anos, a empresária Elizabeth Vassilou, de São Paulo, vem à Fenearte. Seu maior interesse é conhecer novos artistas e manter contato com os antigos. “Quando comecei, o principal polo de artesanato do País era Minas Gerais. Hoje é mais Pernambuco e Ceará. Dá para perceber que o artesão daqui tem um teor de conteúdo para se renovar e apresentar tendências novas”, destaca.
Na primeira passagem pela feira, ela conheceu o trabalho da artista plástica Nené Cavalcanti, com quem mentém contato e faz encomendas independentemente do evento. “Tenho clientes com quem continuo falando o ano todo e faço as entregas pelos Correios. Mas é preciso continuar indo para manter o contato com todos”, diz Nené, que produz peças de barro.
A boa impressão dos lojistas com a produção local é confirmada pela organizadora da Rodada de Negócios, Graça Bezerra. “Eles próprios ficaram espantados com as compras que fecharam. Disseram ter visto muitas novidades e produtos diferenciados, de boa qualidade, o que foi determinante para que investissem”, comenta. Segundo ela, a maior parte dos contratos fechados terão a entrega efetivada nos próximos nove meses.
Mesmo participando há quatro edições da feira, esta foi a primeira vez em que a artesã Daniele Vasconcelos – que confeciona artigos decorativos com cabaça –, integrou a Rodada de Negócios. “Fechei pedidos com um cliente de São Paulo e outro de Santa Catarina e ainda reencontrei três clientes do ano passado de fora do Estado que já tinham pedido para eu levar algumas encomendas especialmente para eles. Não tem como ficar fora da Fenearte. Os pedidos dos lojistas representam hoje 60% da minha produção do ano. É lá que eu conheço novos compradores, inclusive daqui do Recife”, garante a artesã, que conseguiu vender já na quarta-feira (8) todos o os produtos que havia levado.