Em pouco tempo no palco, com o figurino e o gestual do personagem Quico, o ator Carlos Villagrán falou sobre o seriado Chaves, sua relação com o público brasileiro e até sobre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O painel com o artista encerrou a programação de sexta-feira (14/4) na CCXP Tour NE e era aguardado com ansiedade pelo público, que encheu o Teatro Guararapes e começou a chamar por ele com o passar do tempo. Quando o mexicano entrou em cena, a plateia ficou de pé para recepcioná-lo com aplausos e gritos de "Tesouro, Tesouro!" ou "Não se misture com essa gentalha", relembrando as frases de Dona Florinda no seriado.
"Não se imagina coisas como essas", comentou Villagrán, agradecendo ao carinho das pessoas. Logo em seguida, ele fez uma compilação de músicas brasileiras que foi de Na Boquinha da Garrafa a Fio Maravilha.
Villagrán não economizou nas referências ao personagem famoso, arriscou até uma versão zumbi dele quando foi comentado que o ator gostava da série The Walking Dead. Ele também não economizou no esforço para se comunicar em português. O diálogo só ficou um pouco truncado quando a apresentadora perguntou qual foi a sensação dele ao ver o seu personagem falando em português pela primeira vez e, mais tarde, quando o ator precisou da ajuda da plateia para achar a palavra que precisava enquanto lembrava das gravações de Chaves: Roteiro.
"Nós recebíamos o roteiro e íamos para casa. No outro dia, às 8h, estávamos fazendo a maquiagem. Depois nos apresentávamos no estúdio, ensaiávamos e gravávamos com três câmeras. Assim era feito o Chaves", simplificou Villagrán.
Na situação anterior, ele acabou falando sobre como começou a aprender português. Mas quando uma compilação de cenas do personagem foi exibido sem áudio por uma falha técnica, o próprio intérprete falou as frases do personagem ao vivo, algo que a plateia adorou. Quando perguntado sobre suas falas favoritas, citou o "Cale-se, cale-se, cale-se, você me deixa looooouco".
Quando perguntado sobre momentos marcantes da trajetória de Chaves, Villagrán respondeu: "Vocês fizeram do programa algo muito grande. Todos nós ficamos muito agradecidos".
Carlos Villagrán ainda falou um pouco sobre o filme Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola, uma adaptação do livro homônimo de Danilo Gentili, dirigida por Fabrício Bittar. No longa-metragem, que teve algumas cenas exibidas no painel, Villagrán interpreta o diretor do colégio. Primeiro, ele brincou que Quico trabalha e o “pai” dele é quem cobra (no caso, o próprio ator).
Depois começou: “Quando eu morrer...”, antes de explicar que era brincadeira, mas continuar o pedido: “Sejam bons com seus filhos, com seus pais, as pessoas próximas. Que ninguém seja parecido com Donald Trump. Como se tornar o pior presidente do mundo...”, completou, antes de ser anunciado o fim do painel. O ator deixou o palco ainda sob muitos aplausos.