A sétima temporada da série Game of Thrones (HBO) termina neste domingo (27/8), com o episódio The Dragon and the Wolf, que começa às 22h. O título escolhido para a despedida temporária da produção inspirada na obra de George R. R. Martin é propício para alimentar as especulações do público. O dragão e o lobo podem ser uma referência à união de Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) e Jon Snow (Kit Harington), que vem sendo explorada na série e divide opiniões - há quem torça pelo casal "Jonerys", quem prefira ver uma aliança mais política entre eles e quem ache apenas que a cena do episódio Beyond The Wall destoou das demais.
Ainda sobre o título The Dragon and The Wolf, é possível que ele trate de algo específico sobre o Rei do Norte, pois Jon ainda não sabe que é filho de Rhaegar Targaryen e Lyanna Stark. A árvore genealógica de Jon Snow já é conhecida por Bran Stark desde que ele teve uma visão sobre a Torre da Alegria - e o novo Corvo aparece em uma das fotos do último episódio liberadas pela HBO. Além dessa possibilidade, a história está quase "na cara" de Samwell Tarly (John Bradley-West), mas, para poder contar a verdade ao amigo, ele precisa prestar atenção ao que Gilly (Hannah Murray) fala enquanto eles estudam na Cidadela.
As implicações da revelação sobre Jon ainda são um mistério. Na prática, o fato de ser filho de Rhaegar o colocaria à frente de Daenerys na linha de sucessão ao Trono de Ferro. Mas será que o roteiro caminharia mesmo nesta direção?
A Nascida da Tormenta sempre foi mostrada como uma conquistadora, a trajetória dela foi construída nessa direção. Tyrion Lannister (Peter Dinklage) já conversa com ela sobre os planos de sucessão. Jon, por outro lado, sempre foi mostrado como alguém que tinha uma missão ao Norte de Westeros. Discreto, Jon admirava Ned Stark (Sean Bean/Robert Aramayo), mas também carregava o peso de ser tratado como bastardo (relembre as trajetórias de Daenerys Targaryen, Jon Snow e Cersei Lannister até a sexta temporada).
The Dragon and the Wolf será o episódio mais longo da série até agora (foi anunciado que ele terá 79 minutos e 43 segundos, especificamente), então haverá tempo para abordar muita coisa. Contribuindo para o mistério em relação ao significado do título, o trailer divulgado pela HBO dá pistas sobre outro lado da história: o encontro de Jon e Cersei Lannister (Lena Headay) para tratar do armistício na Guerra dos Tronos.
"Só existe uma guerra que importa e ela chegou", resume Jon na cena divulgada pela HBO, referindo-se à luta contra o exército do Rei da Noite - provavelmente, sem nem saber que o adversário agora conta com um dragão de gelo. As implicações da existência de tal criatura, aliás, podem ser bem exploradas na última temporada da série, por configurar algo novo mesmo para quem leu os livros de George R. R. Martin.
A hora da Grande Batalha chegou, como repetem há tempos personagens como Jon e Sor Davos (Liam Cunningham), mas pode não ser nada fácil convencer a Cersei a dar uma trégua a Daenerys. Com os filhos mortos e sem poder contar com antigos aliados, a rainha já demonstrava estar disposta a partir para o tudo ou nada afim de se manter no trono.
No meio do caminho marcado por mortes, Cersei conquistou o apoio de Euron Greyjoy (Johan Philip Asbæk) e se vingou da Ellaria Sand (Indira Varma) e das Serpente de Areia. Um pouco depois, enviou Jaime (Nikolaj Coster Waldau) liderando um exército para buscar o dinheiro e os provimentos que precisava para pagar as dívidas dos Lannisters e resistir a um possível cerco. Nesta batalha, Olenna Tyrell (Diana Rigg) foi envenenada e a balista construída por Qyburn (Anton Lesser), chamada na série de escorpião, mostrou-se eficaz ao ferir Drogon.
Irmãos
Por tudo isso, faz sentido que a Nascida da Tormenta seja representada na tal reunião por Tyrion (ao menos é o que o vídeo sobre o episódio sugere). O reencontro dos irmãos promete ser um dos focos de tensão do episódio The Dragon and The Wolf, pois Cersei não via o caçula há muito tempo e agora estão em lados opostos. Por falar em Tyrion, o dragão citado no título também poderia ser ele, já que teorias de que ele seria meio-Targaryen.
Já que estamos falando em irmãos, o tempo do último episódio também pode ser utilizado para mostrar os desdobramentos da discussão que Arya (Maisie Williams) e Sansa Stark (Sophie Turner) travaram em Winterfell depois que a primeira encontrou a carta resgatada pelo Lorde Baelish (Aidan Gillen). Por mais que elas sejam muito diferentes, o tom acusatório utilizado por Arya em relação a Sansa fez parte do público estranhar o comportamento dela.
A personagem chegou a insinuar que tinha condições de matar a irmã mais velha e falou como se Sansa estivesse ao lado dos Lannisters na execução de Ned (depois disso, alguns fãs da série até recuperaram a cena da primeira temporada na internet para mostrar como a jovem sofreu naquela época). Pode ser que o desejo de vingança tenha transformado Arya em outra pessoa, mas boa parte do público torce por uma reunião dos Stark.
Enquanto isso, Sansa tem mostrado suas habilidades como a nova Lady de Winterfell. A jovem tem a consciência de que as alianças por ali ainda são frágeis e que ela precisa ser hábil, saber escutar e argumentar, jogar com as armas que tem, para conseguir manter a união das casas na ausência de Jon Snow, para o bem de todos. Isso inclui lidar com o Lorde Baelish.
Em texto publicado na editoria de Cultura do Jornal do Commercio deste domingo (27/8), os dubladores brasileiros contratados pela HBO falam sobre a experiência de dar voz aos personagens de Game of Thrones e os cuidados tomados para evitar o vazamento de informações.