Cine Holliúdy ganha continuação no cinema e inspira série exibida pela Globo

Cineasta Halder Gomes falou sobre os projetos na Max Minas Gerais Audiovisual Expo
Eugênia Bezerra
Publicado em 04/09/2018 às 15:30
Cineasta Halder Gomes falou sobre os projetos na Max Minas Gerais Audiovisual Expo Foto: Marcos Rosa/Globo/Divulgação


BELO HORIZONTE - O cineasta Halder Gomes tem ao menos uma semelhança com Francisgleydisson, que Edmilson Filho interpreta no filme Cine Holliúdy (2012). Na comédia, o proprietário de um cinema de rua tenta manter o seu espaço cultural vivo numa pequena cidade no interior do Ceará, na década de 1970, quando a TV se popularizava. É fácil lembrar da dedicação do personagem à empreitada quando se houve Halder falar sobre as estratégias que usou para divulgar sua obra na época do lançamento, tudo detalhado com expressões do "cearensês", como ele mesmo diz. Teve VHS do curta-metragem lançado em locadoras do Ceará, muitas reuniões (frustradas) com distribuidoras e envios do materiais para festivais de cinema e até rebuliço no Facebook prometendo cortar o próprio cabelo até que um distribuidor topou a empreitada.

Com o filme nas salas de cinema, Halder Gomes ia para os shoppings conferir de perto o movimento para elaborar estratégias de divulgação e se aproximar do público. A história ganhou desdobramentos com um novo longa-metragem e uma série, que a Globo planeja exibir no início de 2019. Algumas cenas foram mostradas na Max - Minas Gerais Audiovisual Expo.

O trecho, apesar de curto, revela uma mudança importante na história. A esposa e o filho de Francisgleydisson não aparece. O personagem tem um outro interesse amoroso, Marilyn (Letícia Colin), que comunga do interesse dele por manter o cinema da cidade em funcionamento e participa dos filmes gravados pelo protagonista.

"No começou teve uma conversa sobre o que poderíamos propor para a história. Pensei: 'Já que vamos falar do universo lúdico do cinema, que tal fazer em cada episódio um passeio por um gênero?'. Tem terror, filme de alienígena, kung fu. No caso da esposa, a questão é que Miriam Freeland estava em outra emissora (Record TV) e não poderia participar. Então a gente traz a história para o prólogo, no qual ele ainda não era casado e não tinha filhos, mas já fazia seus filmes. Acho que foi uma composição que deu muito certo. O roteiro chegou tão pronto para mim que foi só entrar com a fuleiragem (risos). A gente buscou preservar o universo, aquela essência, porque foi o que dialogou bem com o público e foi um dos segredos do filme. Mas na série usamos um 'cearensês' não tão hardcore, a gente pega um tom pra iniciante (risos)", lembra Halder Gomes.

Marilyn é filha da personagem de Heloísa Périssé e enteada do prefeito da cidade, interpretado por Matheus Nachtergaele. Outros atores que compõem o elenco de produções da Globo se juntaram aos cearenses que já contavam essa história do primeiro filme. "Temos mais de 30 participações especiais de atores da Globo e mais 30 do Ceará. Entre eles estão Ney Latorraca, Miguel Falabella", cita a diretora de produção da TV Globo Ana Gabriela Lopes sobre o elenco da série, que é uma coprodução entre a Glas e a Globo.

"Cine Holliúdy é um exemplo de regionalização e de criação para mídias diferentes. Quem o trouxe para a Globo Filmes foi Cacá Diegues, a gente adorou o filme, mas ele já tinha sido lançado no Ceará. Então conversamos para exibir na Globo, funcionou muito bem na TV e a gente já começou a conversar sobre uma continuação. Nesse meio tempo, coproduziu O Shaolin do Sertão (2016). Veio o dois e a ideia da série. Isso já foi feito algumas vezes, como com o filme e série Sob Pressão. Carcereiros foi diferente, começou documentário, veio a série e vai sair um filme de ficção", comentou Simone Oliveira, da Globo Filmes.

A Max ocorreu da terça-feira (28/8) ao sábado (31/8), com atividades em diferentes pontos de Belo Horizontes. Além dos painéis, que atraíram 3 mil espectadores, segundo a organização do evento, a Expominas recebeu a rodada de negócios, na qual produtores apresentaram e venderam seus projetos aos chamados "players" do mercado audiovisual (canais de TV, plataformas de vídeo sob demanda e distribuidoras).

Max 2018

Ainda de acordo com informações divulgadas pela assessoria da MAX, esta parte teve um redimento 26% maior do que o registrado na edição anterior ao alcançar a marca de R$ 536 milhões.

A repórter viajou a convite do evento

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