Bial critica 'Democracia em Vertigem', dizendo que é insuportável e que Petra Costa choraminga o filme todo

'Eu dei muita risada', disse Bial

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'Eu dei muita risada', disse Bial - FOTO: Foto: Reprodução/YouTube

O apresentador da TV Globo, Pedro Bial, expressou a sua opinião sobre o filme Democracia em Vertigem, que fala sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e a prisão do ex-presidente Lula (PT), em uma entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha. Bial classificou o filme como "insuportável" e disse que chorou durante toda a trama.

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Podcast O Fato É discute o filme de Petra Costa:

"Eu dei muita risada. É um 'non sequitor' atrás do outro", argumentou. A expressão 'non sequitor' é latina e tipifica um discurso cujas conclusões não decorrem das premissas.

"(O filme) vai contando as coisas num pé na bunda danado", afirmou. O apresentador levantou críticas à "narração miada, insuportável, onde ela (Petra Costa, diretora e narradora) fica choramingando o filme inteiro. É um filme de uma menina dizendo para a mamãe dela que fez tudo direitinho, que ela está ali cumprindo as ordens e a inspiração de mamãe, somos da esquerda, somos bons, não fizemos nada, não temos que fazer autocrítica. Foram os maus do mercado, essa gente falsa, homens brancos, que nos machucaram e nos tiraram do poder, porque o PT sempre foi maravilhoso e Lula é incrível", explicou.

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Pedro Bial citou ainda a aparição da mãe da diretora, uma ativista contra a ditadura militar, na história. "É uma ficção alucinante. É mais que maniqueísmo, é uma mentira", atacou o apresentador que, também, destacou os méritos técnicos que o Democracia em Vertigem tem. "É uma história bem contada". "Depois que vi a indústria Americana (outro dos indicados), acho que a Academia dá o prêmio ao filme brasileiro", contou, ligando sua fala ao sírio For Sama como outra história que tem potencial para ser premiada no Oscar.

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Outras produções anteriores de Costa foram elogiadas pelo apresentador do Conversa com Bial. "Eu acho bacana que ela possa fazer o filme dela, é uma ótima cineasta. Elena (2012), o primeiro filme dela, é bem urdido, profundo, bem contado", frisou.

Petra Costa é criticada pela Secom

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) publicou uma postagem no Twitter nesta segunda-feira (3), criticando a cineasta Petra Costa por "denegrir uma nação" com o seu documentário, Democracia em Vertigem, que trata dos fatos que resultaram na chegada de Jair Bolsonaro à Presidência.

Em um vídeo postado em sua conta oficial, a Secom sustenta que a cineasta "assumiu o papel de ativista anti-Brasil" e questiona algumas declarações dela durante entrevista concedida no fim de semana a um canal americano.

A peça, de quase três minutos, mostra a diretora afirmando que desde a chegada de Bolsonaro ao poder, em janeiro de 2019, aumentou o número de mortes em ações policiais no estado do Rio de Janeiro e que o presidente incentiva fazendeiros a invadir terras indígenas e queimar a floresta amazônica. A Secom inseriu legendas para questionar vários destes argumentos.

Em uma série de tuítes em português e inglês, a secretaria repetiu as críticas e acrescentou: "é incrível que uma cineasta possa criar uma narrativa cheia de mentiras e prognósticos absurdos a fim de denegrir uma nação só porque não aceita o resultado das eleições".

Petra Costa disputa Oscar de melhor documentário com 'Democracia em Vertigem'

Petra Costa, de 36 anos, disputa o Oscar de melhor documentário com "Democracia em Vertigem", uma produção da Netflix, na qual faz uma retrospectiva de um ponto de vista pessoal dos eventos recentes que marcaram a política brasileira. 

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A fita, de duas horas, narra a chegada da esquerda ao poder com Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, em 2003, o impeachment de sua sucessora, Dilma Rousseff, em 2016, a prisão de Lula em 2018 por corrupção e a ascensão de Bolsonaro. 

Escute o podcast O Fato É sobre o filme de Petra Costa:

Petra tem uma longa carreira como documentarista. Seu filme de estreia, "Olhos de Resssaca" (2009), foi exibido no Moma de Nova York e ganhou, entre outros, o prêmio de melhor curta-metragem no London International Documentary Festival. Seguiram-no "Elena" (2012) e "O Olmo e a Gaivota" (2015), ambos igualmente premiados. 

Na cerimônia do Oscar no próximo domingo (9), "Democracia em Vertigem" competirá com outros quatro indicados ("American Factory", "The Cave", "For Sama" e "Honeyland").  

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