Os galhos que formam o tronco principal de Clarice Freire são generosos: o pai, Wilson Freire, é escritor e compositor; a mãe, Lúcia, é desenhista. Os frutos de Clarice são poesias visuais. "Eu nunca disse, em momento algum, que a literatura era a minha escolha, o meu caminho. Acho que a vida disse isso pra mim", revela Clarice, na conversa com a jornalista Adriana Victor, no programa EntrePapos.
Formada em publicidade, Clarice chegou a trabalhar em diversas agências do Recife. Entre uma tarefa e outra, escrivia e desenhava, desenhava e escrevia. Ao final do dia, jogava tudo fora. Até que uma amiga 'descobriu' o lixo de Clarice e alertou-a sobre a riqueza literária e visual que havia ali. "Sempre escrevi como forma de sobrevivência, sempre. Sobrevivência interior."
Outro incentivador foi o escritor Marcelino Freire, primo de Clarice. "Por ser mais velho, ele era um primo tio. E um dia, eu já adulta, encontrei-me com Marcelino em Buenos Aires. Ele viu os meus cadernos e disse: 'Isso é bom. Isso tem que virar um livro'."
No começo de 2014, Pó de Lua, que havia começado como blog, viraria livro. Em julho de 2016, Clarice lançou o segundo: Pó de Lua nas Noites em Claro. No facebook, já são quase 1,3 milhão de curtidores das suas poesias visuais. passo a passo, Clarice segue diminuindo a gravidade das coisas.