Baile do Simonal anima prévia do Enquanto Isso da Sala da Justiça

Criolo e Monobloco também são destaques na noite do sábado (2), que toma conta do Centro de Convenções, a partir das 22h
Beatriz Braga
Publicado em 01/02/2013 às 20:16


 

Ao falar em “esquecimento”, o filho do cantor remonta a outro trinômio pelo qual Simonal foi carimbado: negro, famoso demais e não engajado politicamente. Em plenos anos de chumbo, o cantor foi enredado numa história, hoje tida como boato, que o transformou no parceiro do Dops, órgão da ditadura. Acusado de ser dedo-duro, um mal entendido lhe custou a vida – no melhor sentido da palavra. O boicote foi geral. O homem, aquele que fazia todos cantarem, caiu no ostracismo e nunca mais cantou.

“Ele dizia para mim ‘Eu não existo na história da música brasileira’, conta, também no documentário, a sua segunda mulher Sandra Cerqueira. É dela a lembrança de que Simonal assistia aos shows de Max e Simoninha escondido, para não causar problemas aos filhos.

“Ele incentivava mas era ao mesmo tempo muito zeloso, sempre teve muito cuidado com esse tipo de coisa. Eu acho que ele fez o que poderia fazer”, lembra Simoninha.

Simonal, o carioca que sofria pela cruz que ganhara na ditadura, morria de orgulhos da dupla de artistas que criara. Depois, foram os dois que resgataram o passado pelo qual o pai deve entrar para a história: alegre, mestre da bossa-nova, da reinvenção de ritmos e que sabia levar uma plateia como ninguém. 

“As pessoas gargarejavam antes ir ao show dele. Faziam vocalize”, diz Chico Anísio, sobre os conhecidos momentos do show do cantor em que milhares de pessoas se rendiam a um músico “entertainer”, que trouxe ao Brasil uma das primeiras versões do pop verde-amarelo. 

 

 

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