Luiz Melodia volta com canções inéditas

O álbum foi remodelado e metade das músicas que estavam no repertório inicial ficou de fora
Carolina Sá Leitão
Publicado em 15/08/2014 às 10:42
O álbum foi remodelado e metade das músicas que estavam no repertório inicial ficou de fora Foto: Foto: Divulgação


No encarte de Zerima, primeiro álbum de inéditas de Luiz Melodia em 13 anos, há uma foto na qual são vistos vários porta-retratos em cima de uma mesa. Em primeiro plano, ele está ao lado da mulher, Jane, e do filho Mahal. Algo simbólico, já que a família é o centro da concepção e do resultado final do disco que marca seu retorno ao presente cotidiano da criação. 

Após Retrato do Artista Quando Coisa (2001), Melodia se revisitou em Ao Vivo Convida (2002) e em Estação Melodia (2007) releu sambas antigos, também dando origem a uma versão registrada no palco. Ele continuou fazendo shows e participações em discos de amigos. Até que a cobrança do público por maravilhas contemporâneas vindas de suas mãos o motivou a gravar.

“Fui tomando gosto pela ideia, achei que era hora de tentar algo novo. Mas, ao mesmo tempo, me deu uma apreensão muito grande, pelo tempo que fiquei sem fazer música. Era algo que, nesse tempo todo de carreira, nunca tinha acontecido comigo. Tentava, mas não sabia por onde começar o disco, mesmo com material pronto”, confessa Melodia. O apoio de Jane foi fundamental. Ela sugeriu chamar o produtor Líber Gadelha, que fez o cantor e compositor vender cem mil exemplares pela primeira vez por Acústico Ao Vivo (1999). Com o repertório selecionado, começaram as gravações. Gadelha teve problemas de coração e Melodia uma otite, que o deixou de cama por três meses. Os trabalhos foram interrompidos.

Deitado, Melodia começou a repensar o disco. Lembrou-se da irmã, Marize, morta há quatro anos. Daí saiu Zerima, seu nome ao contrário. Via Jane sempre a seu lado. A mulher, compositora bissexta, cantarolava Moça Bonita de forma despretensiosa. Ele a quis para o repertório. Caindo de Bêbado é outra com origem no período de recuperação. O álbum foi remodelado e metade das músicas que estavam no repertório inicial ficou de fora.

A afetividade familiar permaneceu. Mahal, rapper, introduziu as rimas de sua Viva Caymmi na regravação de Maracangalha. Jane faz vocais em sua composição. E o álbum fecha com a instrumental AmusicadoNicholas, dedicada ao neto de Melodia. “Eles estiveram do meu lado o tempo inteiro. Ter ficado três meses em uma cama poderia ter prejudicado o disco, mas acabou sendo benéfico pela presença deles”, afirma o artista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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