Entrevista: Paula Fernandes apresenta show voz e violão no Recife

Cantora mineira revive o início da carreira em turnê especial no Teatro RioMar
Robson Gomes
Publicado em 03/10/2017 às 5:00
Cantora mineira revive o início da carreira em turnê especial no Teatro RioMar Foto: Foto: Orelha/Divulgação


Ela é das Minas de Ouro, das montanhas Gerais, filha dos montes e das estradas reais. É na letra autoral de Seio de Minas que a cantora e compositora Paula Fernandes, 33 anos, natural de Sete Lagoas, se define.

De voz marcante, e corpo que também chama a atenção, a artista consolidou seu nome na música caipira bem antes do termo “feminejo” vir à tona com Marília Mendonça e afins. Agora, ela resolve voltar às origens, quando era apenas voz e violão, em uma turnê especial que chega ao Recife nesta sexta-feira (6). Em entrevista ao Jornal do Commercio, Paula fala sobre sua trajetória e relação com a música.

ENTREVISTA // PAULA FERNANDES

JORNAL DO COMMERCIO – Paula, esse show especial de voz e violão te leva ao início de tudo, confere? Qual a melhor história que você já teve com este instrumento?
PAULA FERNANDES – Isso mesmo. Tenho muitas histórias. Cantei muito tempo em festas, rodeios, bares, só com o violão. Isso tudo ainda novinha. Para mim o violão me traz de volta para o começo. Acho que as histórias são parecidas nesta época, de muito trabalho, de perseverança para buscar o meu espaço. Agora é tempo de recordar e celebrar junto com o público.

JC – Vivemos um momento de alta das mulheres no sertanejo. Mas você veio bem antes das grandes artistas do momento como Marília Mendonça e Maiara & Maraísa, inclusive valorizando mais a vertente “de raiz”. Você percebe seu lugar de importância nesse movimento ‘feminejo’?
PAULA – Eu admiro muito o trabalho delas, acho que fazem por merecer este sucesso. Tenho muito orgulho de ter ajudado a abrir espaço, sei do esforço que tive que fazer para entrar no meio e ser reconhecida, então, como disse, tenho orgulho de participar de alguma forma deste reconhecimento que as mulheres estão tendo agora.

JC – Esta turnê especial é paralela ao show Amanhecer, que você segue na estrada. Você acredita que este espetáculo – que é seu mais recente DVD – trouxe um amadurecimento para você enquanto artista?
PAULA – Trouxe sim. Foi um projeto em que planejei com muito carinho e participei dos processos, foi uma reafirmação para mim. O Grammy Latino ano passado do disco Amanhecer só serviu para coroar este trabalho.

JC – Neste show acústico, você assina a direção musical. O repertório diz mais de você ou que o seu público quer ouvir?
PAULA – É um show muito pessoal, com muita proximidade com o público, é como se estivessem na sala de casa. Por isso é um repertório que fala muito de mim, são grandes sucessos da minha carreira, músicas que me inspiram e de artistas que gosto.

JC – Recentemente, você lançou o single Traidor, que revelou um lado sensual seu e uma sonoridade mais latina. É uma forma que você encontrou para se adaptar às tendências do mercado musical atual?
PAULA – O lado mais sensual já é algo que vem do projeto Amanhecer, mas com certeza ficou mais claro com Traidor com o clipe e os arranjos, que complementaram a letra de forma incrível. Fiquei muito feliz com o resultado e a aceitação do público.

JC – Seu trabalho é bastante autoral. Mas existe alguma grande canção brasileira que você gostaria de ter composto? Qual seria e porquê?
PAULA – Acho Oceano do Djavan linda! É um música que fala com o coração.

JC – Você também tem flertado com o mercado internacional, fazendo parcerias e shows no exterior. Há um desejo seu de se dedicar mais ao público de fora?
PAULA – Eu gosto muito de trabalhar e levar minha música para outros países. Todo ano tento fazer uma turnê fora, porque gosto desse contato com outras culturas. Mas meu foco é o Brasil, por enquanto não me vejo ficando meses pensando no mercado internacional.

JC – Tem música sua (e inédita) na nova novela das seis da Globo, Tempo de Amar. Pode contar um pouco a história de Cicatriz?
PAULA – O processo criativo para composição das minhas músicas nunca segue uma regra, mas intuições, emoções. Cicatriz foi um pedido muito especial do Jayme Monjardim (diretor de Tempo de Amar), que passou por esse mesmo caminho sensitivo. É forte! Me tocou e espero que também vá tocar todo mundo. É uma honra muito grande fazer parte da trilha sonora da novela e da vida das pessoas.

JC – Um de seus primeiros shows em Pernambuco foi no Teatro Guararapes. Tem algum momento especial da sua vida e/ou carreira que aconteceu por aqui?
PAULA – Gosto bastante de Pernambuco, do Carnaval, já fui algumas vezes e o povo me encanta, acho que é o que sempre me marca, como são receptivos e alegres, participam muito!

JC – O que a mineira de Sete Lagoas ainda pretende conquistar com a sua música?
PAULA – Os sonhos sempre surgem e vou traçando novos objetivos, ainda acho que tenho muito trabalho para realizar. Quero alcançar as pessoas e tocá-las de alguma forma, fazer uma diferença na vida delas.

SERVIÇO

Paula Fernandes: Acústico Voz e Violão – Sexta-feira (6), às 21h, no Teatro RioMar Recife (Av. República do Líbano, 251, Pina). Ingressos: Plateia Baixa – R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia); Plateia Alta – R$ 140 (inteira) e R$ 70 (meia); Balcão – R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia). Assinantes JC têm 50% de desconto, à venda na bilheteria do local e no site Ingresso Rápido. Informações: (11) 4003-1212.

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