Gospel

Diante do Trono reafirma nova sonoridade em 'Deserto de Revelação'

Ministério de Louvor mineiro segue explorando novos arranjos em 18º disco de inéditas

Robson Gomes
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Robson Gomes
Publicado em 25/11/2017 às 6:00
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Ministério de Louvor mineiro segue explorando novos arranjos em 18º disco de inéditas - FOTO: Foto: Divulgação
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Dois anos após o último disco de inéditas (Tetelestai, 2015), o Ministério de Louvor Diante do Trono lançou na última segunda-feira (20), com exclusividade nas plataformas digitais, o álbum Deserto de Revelação (Onimusic, 2017), o 18º da série do grupo gospel de Belo Horizonte – referência no gênero – que comemora 20 anos de existência no ano que vem.

Gravado em junho deste ano, o trabalho tem produção musical de Vinícius Bruno e Tiago Gaúcho, com direção de vídeo de Alex Passos, que fez captação das imagens no Mar da Galileia, em Israel, passando por Aman, Jerash, Petra e Wadi Rum, na Jordânia.

Comandados pela pastora e líder de louvor Ana Paula Valadão Bessa, Deserto de Revelação traz as participações de Asaph Borba, o casal Fred e Flávia Arrais, Marine Friesen e Israel Salazar ao longo das 13 faixas que compõem o disco.

Quem acompanha a história do DT – que começa em janeiro de 1998 – sabe que a sonoridade característica do Ministério, marcada por uma imponente orquestra, mudou bastante, principalmente a partir do disco Sol da Justiça (Som Livre, 2011), quando ela foi extinta para, segundo Ana Paula, simplificar a execução das canções pelas igrejas. Hoje, num formato simples, como uma banda mais pop-rock, fica claro que os arranjos são mais acessíveis, mas a cada disco inédito lançado, a simplicidade de algumas melodias chega a incomodar a quem sabe que eles poderiam ser mais potentes e ousados em cima de algumas letras, que estas sim, continuam inspiradoras em sua maioria.

Toda a explanação anterior faz-se necessário para frisar que Deserto de Revelação demora um pouco para cativar o ouvinte. Após a faixa de abertura Faz Outra Vez, Águas do Jordão é a primeira que empolga levemente, ganhando mais força com a entrada do único (e rápido) espontâneo do disco: Josué 1. Mais direto impossível e com músicas mais curtas (a nível de DT), a faixa-título vem em seguida, mas não é ela a mais marcante da obra.

Amor Que Me Abraça, esta sim, é a primeira grande surpresa do álbum, trazendo um refrão forte e emocionante. E após a bem executada Seja Para Mim, é preciso aguardar mais duas faixas até chegar em A Terra Inteira, onde os arranjos mais eletrônicos casam perfeitamente com a boa impostação de voz de Ana Paula, trazendo ótimos agudos e notas altas.

Outra boa surpresa do disco vem em seguida com a versão do Diante do Trono para a oração universal Pai Nosso. Durante seis minutos, a prece musicada levemente soa bastante poderosa. A escolha do final da oração como refrão (“Pois Teu é o Reino, o Poder / E a Glória pra sempre, Amém”) e pessoas declamando a prece em várias línguas trouxe mais emoção à faixa.

Entre as três canções que fecham o disco, apenas o dueto de Ana Paula Valadão com a participação especial de Asaph Borba em Rios de Lágrimas é relevante destacar, pois a forte letra e o arranjo típico de música árabe ornaram com a atmosfera do projeto.

REPERCUSSÃO

Em poucos dias de lançado, este novo trabalho já chegou em 1º lugar do gênero gospel no iTunes Brasil e 2º lugar geral, bem como a primeira colocação em discos religiosos no Google Play e Deezer. A partir do dia 30, o álbum estará disponível no Spotify e, em breve, nas lojas físicas do País.

As boas colocações nas plataformas digitais mostram que a peregrinação do Diante do Trono para conceber Deserto de Revelação soa válida em seu todo. Mas ao destrinchá-la, vão se encontrar lacunas que mostram que “o velho DT”, de uma certa forma, ainda faz falta.

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