Em vez de esperar vez nas grandes casas ou pautas nos teatros, eles preferem ocupar os pequenos espaços. Mais um nome da novíssima cena musical pernambucana a investir no formato de shows intimistas, O cantor e compositor pernambucano Vinícius Barros faz uma apresentação, nesta sexta (13), no Casbah, no Sítio Histórico de Olinda.
“O show é como um ponto de encontro. Uma esquina. É um ambiente onde a gente pode vivenciar a poesia cantada e fazer com isso se amplifique no som da banda e na experiência da plateia. É um roteiro acostumado a ser desobedecido e se reinventar. Gosto de imaginar palco e plateia como um mesmo ambiente onde todos dividem suas expressões”, diz ele, que apresenta as canções de seu primeiro álbum, Banzo, lançado no final do ano passado.
No disco, o autor-intérprete percorre sentimentos, memórias, saudades, afetos, legitimação, história e ancestralidade. “Senti necessidade de uma sonoridade que me remetesse à ancestralidade percussiva, mas que desse chão a uma poesia livre pra falar da cidade em que vivo ou amplificar o diálogo interior”, explica o músico.
Desde 2009 integrando bandas do Recife e de Olinda, Vinícius Barros faz parte da chamada geração “Reverbo” - nome do espetáculo de elenco variável concebido pelo músico, compositor e produtor musical Juliano Holanda com autores-cantores da novíssima cena. Gente que tem o fazer musical imbricado com a poesia.
A mesma cena de nomes como Thiago Martins, Flaira Ferro, Isadora Melo, Almério, Tonfil, Igor de Carvalho e outros intérpretes que compõem.
“Vinícius escolhe os temas com maestria e não desperdiça a oportunidade: desenha letras/descreve imagens com o instrumento. Canta com a urgência de quem vive de música. Canta com uma certeza afiada. Canta como quem dança. Ecos de uma outra África: bem mais pernambucana. Na voz e na alma”, diz Holanda.
No show, diz Vinícius, “a música é protagonista e a banda está a seu serviço”.
“ Todos são mestres de cerimônias. Não existe show que não seja coletivo. É um momento pra sentir, pensar e dançar. Onde a performance do artista é apenas uma linha que tenta costurar as sensações e propor uma saudação a canção. São tambores, melodias e rimas que dizem muito sobre mim, mas podem dizer muito sobre qualquer um e qualquer lugar”.
Com grooves sutis, as dez canções do disco, apesar de firmarem o nome do artista, têm a dinâmica de uma banda. Os arranjos foram feitos coletivamente. “É mesmo um show de todos”.
Banzo, show de Vinícius Barros. Hoje, 21h, no Casbah. Rua 27 de janeiro, s/n, Carmo, Olinda). Ingressos R$ 15.