'Golden': Kylie Minogue mescla country com pop e abre o coração

Prestes a completar 50 anos, australiana se arrisca e colhe bons frutos
Márcio Bastos
Publicado em 14/04/2018 às 14:26
Prestes a completar 50 anos, australiana se arrisca e colhe bons frutos Foto: Reprodução


Prestes a completar 50 anos, Kylie Minogue decidiu tomar uma direção diferente em Golden, seu 14º álbum de estúdio. Ela iniciou a produção em Los Angeles, mas foi em Nashville que ela encontrou o som que buscava. Ela deixou (um pouco) de lado o eletropop e, assim como Lady Gaga (Joanne), Miley Cyrus (Younger Now) e Kesha (Rainbow), abraçou o country. No caso da australiana, porém, os símbolos queer que fizeram dela um ícone da comunidade LGBT não foram apagados e Golden soa, ainda, 100% Kylie.

O disco é o primeiro desde o alternativo Impossible Princess (1997) a contar com composições da artista em todas as faixas. Kylie construiu sua carreira com canções hedonistas e sua biografia raramente era impressa nas canções. Em Golden, no entanto, é possível observar uma artista em momento de inflexão. É o caso do primeiro single, Dancing, que balanceia acordes de violão com batidas eletrônicas. Com um refrão memorável, a canção apresenta Minogue refletindo sobre sua vida e carreira, com doses de otimismo e resiliência. “Quando eu sair/ Quero sair dançando”, canta.


CORAÇÃO ABERTO

Em A Lifetime To Repair, marcada por violinos e banjos, ela fala sobre suas desilusões amorosas, especialmente a traição de seu ex-noivo, em 2016. “Muitas noites chorando, isso não é justo/ Se eu for machucada de novo/ Vai levar uma vida para reparar”. O disco é permeado pela ideia de romance, mas nunca um amor hiperbólico. É como se ela entendesse que, antes do outro, ela precisa cuidar de si. Exemplo disso são Sincerely Yours e Live a Little.


As delicadas Shelby 68, Radio On e Music’s Too Sad Without You, dueto com Jack Savoretti, enfatizam as interpretações contidas, e no entanto marcantes, da australiana. Mas é quando se reencontra com a pista de dança que Kylie atinge o ápice. Golden celebra a diversidade e Raining Glitter, um eletro-country, é um hino de libertação – em vários sentidos. “Chovendo glitter na gente hoje à noite/ Chega de se esconder nas sombras”, convoca.



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