Múltipla

Fernanda Takai faz show intimista na Caixa Cultural

Cantora mineira se apresentará com piano e violão e compartilhará histórias

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 29/08/2018 às 20:17
Vitor Maciel/Divulgação
Cantora mineira se apresentará com piano e violão e compartilhará histórias - FOTO: Vitor Maciel/Divulgação
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Fernanda Takai ocupa um lugar particular no cenário brasileiro contemporânea. Inquieta, transita pela música, pela literatura, flerta com o teatro e a cada projeto ousa sem que isso signifique rupturas drásticas. Sua empreitada criativa é marcada por camadas que vão se revelando aos poucos e se complementam. Discreta, geralmente se mantém longe dos holofotes e, por isso, o show que faz de quinta-feira (30) até sábado (1º), na Caixa Cultural, dentro do Projeto Palco Brasil, são uma oportunidade única dos fãs conhecerem mais sobre o processo da artista.

Com a banda Pato Fu, da qual é vocalista, a cantora se inseriu no panorama nacional com uma mistura de pop, rock alternativo e música eletrônica. Ao longo de 25 anos de atividades, os mineiros fizeram da experimentação uma constante, investindo em trabalhos como Música de Brinquedo (2010), álbum voltado para crianças no qual utilizaram apenas brinquedos ou instrumentos em miniatura (o álbum ganhou continuação ano passado).

Em 2007, Fernanda lançou seu primeiro álbum solo, Onde Brilhem os Olhos Seus, com releituras de músicas de Nara Leão. O projeto deu origem ainda a um álbum ao vivo, Luz Negra (2009). Takai trabalhou ainda em mais três projetos paralelos à banda: Fundamental (2012), álbum em parceria com Andy Summers, ex-guitarrista do The Police; Na Medida do Impossível (2014), e, este ano, O Tom da Takai, no qual se debruça sobre as composições de Tom Jobim.

“Nara foi uma das vozes que mais escutei quando era jovem e certamente contribuiu pro meu jeito de cantar. Já Tom Jobim é o artista brasileiro fundamental. Mais conhecido, mais gravado no mundo inteiro. Ele fez uma transição muito interessante do erudito ao popular, sem nunca perder a essência da construção de belas melodias com harmonias incríveis”, explica sobre a escolha de cantar o repertório dos ídolos.

Sobre o show que ela apresenta no Recife, a cantora seguirá a proposta do projeto, de cunho intimista, que busca criar uma aproximação maior do artista com o público. Acompanhada de violão e piano, ela cantará sucessos solo e do Pato Fu, composições que admira de outros artistas, além de compartilhar com a plateia histórias de bastidores e causos de sua carreira.

“Foi uma escolha bem afetiva, canções que gosto de cantar e me representam tanto como ouvinte, como compositora e também intérprete. Há coisas bem conhecidas e outras nem tanto, mas que tem histórias bonitas em sua origem”, revelou.
Entre as faixas que compõem o repertório estão Diz Que Fui Por Aí (Zé Keti e Hortêncio Rocha), Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos (Roberto Carlos), Antes Que Seja Tarde, Perdendo Dentes e A Paz (Gilberto Gil)

MISTÉRIOS

Entre os projetos nos quais se envolve, constam uma parceria do Pato Fu com o grupo mineiro de teatro de bonecos Giramundo, com o qual apresentaram Alice Live (o trabalho foi apresentado ano passado no Recife).

Ela também já lançou livros de crônica e contos (Nunca Subestime Uma Mulherzinha e A Mulher Que Não Queria Acreditar), além de infantis (A Gueixa e o Panda Vermelho e O Cabelo da Menina). Com ritmo próprio, ela prefere não adiantar seus próprios trabalhos.

“Eu gosto de ter segredos, em todos os momentos da vida. Prefiro dar andamento a algumas ideias, produzir e só depois contar. Fico mais à vontade pra cumprir meu cronograma interior”, enfatiza.

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