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Atração da festa Carola, Gloria Groove fala sobre sucesso e novos projetos

Drag queen é um dos destaques da nova cena queer da música brasileira
JC Online
Publicado em 08/09/2018 às 11:00
Drag queen é um dos destaques da nova cena queer da música brasileira Foto: Divulgação


Com sua presença poderosa, voz potente e flow marcante, Gloria Groove tem tomado de assalto a cena musical brasileira. Uma das representantes mais reconhecidas da nova cena queer do pop brasileiro, junto a nomes como Pabllo Vittar, ela se prepara para conquistar novos espaços para além da comunidade LGBT. Prova disso é o sucesso que a música Bumbum de Ouro, atingindo vários públicos, fez no Carnaval e sua recente parceria com Leo Santana. 

A personagem, fruto da criação do artista Daniel Garcia Felicione Napoleão, de 23, volta ao Recife pela segunda vez este ano como a principal atração da Carola PopLine, festa que acontece neste sábado (8), no Catamaran. O Jornal do Commercio bateu um papo com a cantora, que falou sobre representatividade, sucesso e os novos projetos. 

CONFIRA A ENTREVISTA COM GLORIA GROOVE:

JC: Você chegou a cantar na igreja, mas afirmou que após se montar, foi renegada desse ambiente. Gostaria que você falasse sobre sua relação com sua sexualidade, como foi teu processo de autodescobrimento e como foi o processo de criar a Gloria Groove.

Glória Groove: Na verdade me desliguei da igreja muito antes de me descobrir enquanto drag. O que aconteceu depois de já ser drag foi um “desacolhimento expresso”, se me permitem me referir assim. (risos) Quando comecei a perceber que era diferente eu não devia ter nem 6 anos, e ainda nem sabia o que era sexualidade, mas já conseguia sentir que alguma particularidade minha desagradava algumas pessoas. Aos 14 me assumi gay e somente aos 18 foi que descobri a arte drag e me tornei Gloria Groove, o que fez com que vários outros processos pessoais meus deslanchassem.

JC: Na infância, você já se dedicava à carreira artística. Imagino que existiam poucos artistas abertamente LGBTs com os quais fosse possível se identificar, o que, hoje em dia, já é diferente, com criadores como você, Pabllo Vittar, Aretuza, Rico Dalazam, entre outros aqui no Brasil, ganhando cada vez mais destaque. Como você observa esse momento de maior abertura para artistas LGBTs no cenário musical e que transformações você observa em relação à aceitação do público?

GG: É muito gratificante fazer parte de uma verdadeira revolução na música brasileira. Sinto que ainda existem muitas outras narrativas marginalizadas que ainda podem ter destaque no cenário. É muito bom saber que além de fazer música, fazemos a diferença na vida e na história das pessoas.

JC: Quais são os artistas que te inspiram, no rap, pop e diferentes gêneros?

GG: São alguns! Adoro música gringa então sempre gostei de Alicia Keys, Usher, Beyoncé, Mariah, Gaga, Nicki... Sempre admirei muito também pessoas que cantam e rimam como: Erykah Badu, Lauryn Hill, Janelle Monaé, Flora Matos, Rico Dalasam...

JC: Recentemente, você lançou parceria com Leo Santana. Com que outros artistas você gostaria de colaborar?

GG: Gostaria muito de fazer sons com outras manas drags, além de artistas como Karol Conká, Luccas Carlos, Matuê, Gaab, Abronca, Rimas&Melodias, Quebrada Queer...

JC: No Carnaval, você bombou com "Bumbum de Ouro", mas tua carreira já vem causando burburinho há algum tempo, principalmente entre a comunidade LGBT. Quais são teus planos para o futuro, como você vê seu trabalho daqui para a frente?

GG: Acredito que ainda tenho muito conteúdo pra entregar e muita estrada pra trilhar. Ainda não realizei todos os meus sonhos enquanto artista fonográfico, tampouco como pessoa. Estou em busca de ser cada dia melhor, pra competir somente comigo mesma. Ser parte da comunidade TLGBQIA+ me dá força e um motivo pra seguir lutando por esses sonhos.

JC: Está produzindo o sucessor de "O Proceder"? Se sim, já sabe a direção?

GG: Tenho produzido faixas muito legais, e admito que não tem compromisso com uma única direção, muito pelo contrário: tem de tudo. Tenho muita vontade sim de lançar o GG2. Quem sabe até o meio do ano que vem?

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