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Outra estrela do K-pop sul-coreano envolvida em escândalo sexual

O cantor Jung Joon-young filmava imagens de relações sexuais sem o consentimento de suas parceiras

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Publicado em 14/03/2019 às 10:50
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O cantor Jung Joon-young filmava imagens de relações sexuais sem o consentimento de suas parceiras - FOTO: Reprodução
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O escândalo que afeta o mundo do pop sul-coreano, conhecido como K-pop, causou mais uma baixa nesta quinta-feira (14), depois que uma de suas estrelas admitiu ter visto vídeos sexuais ilegais filmados por outro cantor.

Yong Jun-hyung, de 29 anos, membro da banda Highlight, ex-Beast, relatou ter visto imagens de relações sexuais do cantor Jung Joon-young filmadas sem o consentimento de suas parceiras.

O artista, que também é produtor e ator, "deixará o grupo Highlight nesta quinta", anunciou sua agência Around Us Entertainment em um comunicado.

"Yong se deu conta, no final de 2015, de que [Jung] produzia conteúdo ilegal falando com ele por mensagens, olhou as imagens que recebeu [de Jung] e teve uma conversa inapropriada com ele", afirma o comunicado.

O mundo do pop sul-coreano, que quer transmitir uma imagem de perfeição tanto no físico quanto no comportamento de suas estrelas, está vivendo, nos últimos dias uma onda de escândalos sexuais que, segundo os grupos feministas, expõe os abusos sofridos pelas mulheres na Coreia do Sul.

Jung Joon-young, assim como Seungri, um membro da BIGBANG, uma das mais importantes do país, também anunciou que vai deixar o mundo do entretenimento.

Famoso na Coreia do Sul por sua participação em um concurso de música pela televisão, Jung também compartilhou vídeos ilegais com Seungri e teve de prestar depoimento à polícia.

Ambos tinham um grupo de chat, no qual Jung Jong-young e outros compartilhavam vídeos sexuais em que pelo menos dez mulheres apareciam, de acordo com a rede de televisão sul-coreana SBS.

Seungri também é suspeito de tentar subornar investidores com os serviços de prostitutas e foi indiciado por "incitação à prostituição".

Seu nome aparece ainda em uma investigação policial sobre Burning Sun, uma boate onde trabalhava como diretor de relações públicas. 

O pessoal do local é acusado de usar câmeras escondidas para filmar mulheres e de usar drogas e álcool para agredi-las sexualmente.

Antes do escândalo ele era conhecido como "Seungsby, o Magnífico" em referência a Gatsby, o personagem do escritor americano Francis Scott Fitzgerald conhecido por seu físico, seu sucesso e suas festas espetaculares.

"É irônico ver os pontos comuns do escândalo", comenta Lee, acrescentando que "ambos realizaram atividades ilegais e corruptas para se tornarem ricos e famosos".

Os fãs do BIGBANG estão divididos. Enquanto alguns se encontram revoltados e desapontados, outros estão incrédulos diante das notícias envolvendo seus ídolos, até então a imagem da perfeição física e moral.

Fenômeno 'molka'

A Coreia do Sul enfrenta o fenômeno "molka", o uso de câmeras escondidas para filmar as mulheres secretamente em lugares como banheiros públicos, transportes, ou escritórios.

Também é frequente o chamado "revenge porn" (ou "pornografia de vingança"), geralmente obra de homens que publicam online vídeos de suas relações sexuais com ex-parceiras para se vingarem.

No ano passado, milhares de mulheres se manifestaram contra o "molka".

De acordo com Han Sol, do grupo Flaming Feminist Action, homens sul-coreanos frequentemente assistem e compartilham a vídeos de câmeras escondidas, porque os veem como uma maneira de reforçar seus "laços de fraternidade".

"Este caso mostra que as estrelas masculinas do K-pop não são exceção quando se trata de participar dessa realidade perturbadora: a exploração das mulheres", denuncia a também feminista Bae Bok-ju.

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