Beth Carvalho volta com sambas inéditos

Cantora reúne veteranos e novos sambistas em novo disco
JOSÉ TELES
Publicado em 24/11/2011 às 6:00


Nosso samba tá na rua (EMI), o novo disco de Beth Carvalho tem uma capa bem parecida com Pé no chão, que ela lançou em 1978, do sucesso Vou festejar (Jorge Aragão, Dida e Neoci). Não é cópia, nem coincidência. Foi intencional. No álbum de 1978, Beth Carvalho sedimentava uma nova geração de sambistas, de uma cena da qual ela fo ia catalizadora, e que até hoje domina o samba, nomes como Zeca pagodinho, Arlindo Cruz, sombrinha, saíram dos subúrbios cariocas para ganhar as paradas do país inteiro. Com o Nosso samba tá rua, Beth Carvalho ensaia uma retomada da gloriosa escalada do gênero a partir de meados dos anos 70, com ela e Clara Nunes, pricipalmente.

A cantora mais do que isso, ensaia uma retomada da própria carreira. Há 15 anos, por exemplo, ela não lançava disco de inéditas. Um problema sério de coluna a deixou prostrada na cama durante dois anos. A velha máxima, todo mal traz um bem pode ser empregada neste caso. Com dificuldade de sair de casa, Beth Carvalho diz que se ocupou na digitalização do seu acervo: “Eram cerca de quatro mil músicas, coisas que iam me dando e eu guardando. Ouvi muita coisa, e decidi fazer um disco”. Depois de uma cirurgia  bem-sucedida, ele começou a por a idéia em prática: “Mas acabei não usando só as músicas do acervo. Fui entando em contato com compositores, e eles foram me enviando músicas, por e-mail, em CD, pessoalmente”, conta Beth Carvalho.

Nosso samba tá na rua (de Roberto Lopes, Canário, Almir e Nilo Penetra) é uma reunião de veteranos e novos sambistas. Grande parte deles na foto da capa, tirada na sede do Cacique de Ramos, o bloco carnavalesco, responsável por pelo menos uam dúzia de grandes compositores, e onde foi fermentado o grupo Fundo de Quintal. Entre os novatos, Luana Carvalho, 30 anos, filha de Beth Carvalho, e autora de uma das melhores músicas do disco, o partido alto Arrasta a sandália (com Daisy do Banjo). A retomada seria completa se as rádios tocassem Beth Carvalho como no final dos anos 70, época em que pagode não era uma degeneração amorfa do samba verdadeiro

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