Um dos principais cineastas brasileiros, Cacá Diegues revela sua paixão pela arte em um livro confessional e, ao mesmo tempo, que faz o retrato de uma época - Vida de Cinema (Objetiva) traz um relato seminal de quem participou dos principais movimentos artísticos das últimas décadas. Depois de lançar a obra na Festa Literária Internacional de Paraty e no Rio de Janeiro, Cacá estará nesta quinta-feira, 14, em São Paulo, a partir das 19 horas, na Livraria da Vila da Alameda Lorena, autografando o livro.
Fruto de seis anos de trabalho - a escrita interrompida foi intercalada com trabalhos para o cinema -, o livro traz histórias que podem ser lidas fora da ordem cronológica. Muitas são saborosas como a confissão de sua paixão juvenil por filmes musicais, predileção que era obrigado a esconder dos amigos para não ser caçoado.
Cacá trata ainda de personalidades que também foram decisivas para o cinema nacional, como Glauber Rocha. “Ele foi a pessoa mais interessante que conheci na minha vida, todo dia sinto saudade dele. Essa fama de guerreiro indomável que ele tem, às vezes, nos impede de contemplar sua generosidade, fraternidade, capacidade de se interessar pelos outros. Não sei explicar isso, mas tenho certeza que ele morreu de desgosto por não ter podido mudar o mundo”, disse o cineasta, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo publicada em junho.
Para Cacá, o cinema atual só pode evoluir se conciliar interesses com outras áreas. “Nenhum cinema nacional de todo o mundo pode sobreviver sem uma parceria com a televisão local”, afirmou. “No momento em que se multiplicam os meios de difusão do audiovisual (TV aberta, paga, VOD, DVD, internet), essa parceria é mais do que nunca indispensável. Estamos no final de uma fase inicial de desconfiança mútua, mas acho que as coisas estão caminhando bem.”