A reestruturação da Fundarpe, a desburocratização do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), o elo entre a cultura e a educação, a questão do orçamento e a importância da preservação do patrimônio (material e imaterial) foram alguns dos tópicos ressaltados durante a transmissão dos cargos de secretário de Cultura do Estado e de presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), na tarde de sexta-feira (2/1). A rápida cerimônia lotou o Teatro Arraial Ariano Suassuna (rebatizado no fim de dezembro em homenagem ao escritor e dramaturgo). Marcelino Granja assumiu o posto que era de Marcelo Canuto na Secult e, Márcia Souto, o de Severino Pessoa na Fundarpe. Também tomaram posse Silvana Meireles, como secretária executiva, e Antonieta Trindade como diretora executiva, ambas da Secult-PE.
Severino, que passa a ser diretor executivo da Secult-PE, e Marcelo, que vai para a Casa Civil, falaram brevemente, citando alguns pontos das gestões da Fundarpe e Secult-PE, respectivamente, durante o governo de Eduardo Campos. O novo secretário falou em manter um diálogo com esse passado para avançar: "Haverá no nosso modo de agir, um diálogo permanente entre o legado extremamente positivo que construímos, legado esse dos oito anos do governador Eduardo Campos completados pelo governador João Lyra. Em que pese deficiências, faltas, ausências e problemas ainda não enfrentados, que já estão inclusive pautados no programa do governo de Paulo Câmara, há três marcos indeléveis. O primeiro é que há um aumento de recursos extraordinário. Claro que ainda precisamos de mais. Precisamos lutar para arranjar os caminhos pelos quais vamos conquistar mais recursos, mas crescemos."
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Como repercussão disso, ele apontou dois exemplos: "A valorização da cultura popular é um marco indelével deste período. E o avanço que se teve em relação ao audiovisual, e ao cinema em particular, é uma mudança de patamar que nos desafia em relação a outras linguagens e segmentos, a também tratar do mesmo modo as artes plásticas e tantas outras áreas da atividade cultural que têm em Pernambuco protagonistas nacionais e que precisam deste mesmo empuxo".
Marcelino também falou sobre mudanças na própria Fundarpe: "Temos a necessidade de reestruturar, ou estruturar, a Fundarpe. Não só do ponto de vista administrativo, mas inclusive conceitual, de que Fundarpe nós queremos. Tem a questão de aprimorar o Funcultura. Há necessidade de buscar mais meios, de ter uma lei do mecenato. É possível, a partir da experiência nacional, criticando a experiência nacional naquilo que ela tem de efeitos deletérios, ela às vezes provoca concentração regional ou de determinados segmentos, mas que nos estados tem outro tipo de rebatimento".
Ao assumir a palavra, antes de Marcelino, Márcia Souto também falou do Funcultura, afirmando que é preciso desburocratizá-lo. Também destacou outros desafios que considera imediatos, como grandes investimentos na restauração e preservação do patrimônio de Pernambuco. "Precisamos ver como é que fazemos para entrar no PAC das Cidades Históricas. Arrumar dinheiro lá no Iphan, no Ministério (da Cultura)", afirmou.
Ela também citou outras questões em que é preciso avançar: "A cultura não pode correr à parte da educação. É muito importante hoje a gente ter uma pessoa da área da educação na nossa equipe, que a gente leve para dentro da escola este grande debate da preservação e da continuidade deste patrimônio cultural".
O texto completo está no Caderno C deste sábado (3/1), no Jornal do Commercio.