Museu do Amanhã mostra relação de Santos Dumont com a arte

Exposição também tem réplicas em tamanho real de invenções dele, como a Demoiselle e o 14 Bis
Paulo Virgílio/Agência Brasil
Publicado em 27/04/2016 às 12:49
Exposição também tem réplicas em tamanho real de invenções dele, como a Demoiselle e o 14 Bis Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil


Inaugurado em dezembro de 2015 com a proposta de ser um espaço cultural voltado às ciências e com foco na sustentabilidade e nos cenários para o futuro, o Museu do Amanhã escolheu um visionário como tema de sua segunda exposição temporária. Desde terça-feira (26/4), a exposição O Poeta Voador, Santos Dumont é a nova atração para os milhares de visitantes do museu - símbolo da revitalização da Praça Mauá, na zona portuária do Rio.

A trajetória de Alberto Santos Dumont (1873-1932) - o inovador que se dedicou à ciência e à tecnologia inspirado pela arte - é contada em linguagem audiovisual e interativa, além de contar com protótipos de suas principais criações e réplicas em tamanho real do avião Demoiselle e do pioneiro 14 Bis. O objetivo é apresentar Santos Dumont não só como o responsável por uma invenção que mudou o planeta, mas também como um jovem empreendedor que disponibilizava seus projetos para que fossem replicados, em vez de registrar patente.

Concebida e realizada pela Fundação Roberto Marinho, que desenvolveu o conceito e responde pelo conteúdo do museu, a exposição tem curadoria do cenógrafo, designer e arquiteto Gringo Cardia e consultoria científica do biofísico e pesquisador Henrique Lins de Barros. A mostra ocorre no ano em que se comemora o 110º aniversário do voo do 14 Bis, o primeiro oficialmente homologado da História.

"Destacamos o lado poético e artístico de Santos Dumont, daí o título O Poeta Voador. Ele era um homem de ciências que se inspirava na arte e foram as histórias de Julio Verne (escritor francês de literatura científica) que o despertaram para o sonho de voar", diz Gringo Cardia. Segundo ele, a exposição busca exercitar a criatividade do público e impulsionar descobertas acerca da figura icônica do Pai da Aviação.

MODERNO E INOVADOR

"As pessoas guardaram Santos Dumont numa prateleira de clichês, mas ele era e ainda é muito moderno e inovador", define o curador. Gringo Cardia concebeu cinco ambientes para conduzir o visitante no universo do inventor.

Na sala principal, protótipos dos sete modelos criados por Santos Dumont - do balão Brasil ao avião Demoiselle, passando pelo 14 Bis, mostram a evolução da tecnologia desenvolvida pelo inventor. Imagens digitalizadas, documentos e fotos históricas são mostrados em telas interativas.

Em um estúdio, uma réplica do Demoiselle em tamanho real insere o público na História, por meio da simulação de um voo sobre a Paris da época e o Rio de Janeiro antigo, mas com o Museu do Amanhã na paisagem. Os visitantes, em número de seis pessoas por hora, poderão entrar no Demoiselle e fazer um voo filmado.

Um documentário sobre a trajetória de Santos Dumont ocupa a Sala Cinema, enquanto na Sala dos Balões um filme passeia pela história dos voos, desde o italiano Leonardo da Vinci até o feito do brasileiro que fez seu avião decolar, voar e pousar com sucesso. Conceitos de física como aerodinâmica e a mecânica de motores são mostrados, de forma lúdica, na Sala da Oficina de Aviões de Papel.

Nesse espaço, o último da exposição, o público participa de um jogo. Numa grande mesa, o visitante produz seus aviões de papel, que são arremessados a partir de uma plataforma sobre uma pista de pouso.

 

DIRETRIZES

Para o diretor-geral do Museu do Amanhã, Ricardo Piquet, a exposição está em sintonia com as diretrizes da instituição. "Santos Dumont é atemporal e por isso se alinha à nossa essência de examinar o passado, apresentar tendências do presente e explorar cenários possíveis para as próximas décadas. Suas invenções continuarão a contribuir para as próximas gerações", avalia o diretor do museu.

 

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