SÃO PAULO - Apenas três dos 14 presos durante a Operação Boca Livre, deflagrada na semana passada, permanecem sob custódia. Segundo a Polícia Federal, os acusados tiveram as prisões provisórias convertidas em prisões preventivas, enquanto os demais foram liberados com o esgotamento do tempo de detenção. O processo tramita sob segredo judicial na 3ª Vara Federal Criminal em São Paulo.
A Boca Livre apura um esquema que, de acordo com as investigações, desviou R$ 180 milhões com fraudes na Lei Rouanet, desde 2001. A ação investiga mais de dez empresas patrocinadoras que trabalharam com o grupo. Estima-se que mais de 250 projetos tiveram recursos desviados. As empresas recebiam os valores captados com a lei e ainda faturavam com a dedução fiscal do Imposto de Renda.
A organização apresentava projetos ao Ministério da Cultura e à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo para a aprovação e utilização de verbas de incentivo fiscal previstas na Lei Rouanet. As investigações mostram que os recursos foram usados para custear eventos corporativos, shows com artistas famosos em festas privadas para grandes empresas, livros institucionais e até mesmo festa de casamento, segundo o Ministério da Transparência.