A atual conjuntura política e econômica, Wesley Safadão e o ex-presidente da Câmera Federal Eduardo Cunha foram temas que pontuaram os improvisos das duplas de cantadores que se apresentaram na 1ª edição do Recife de Repente, realizado sexta e sábado, no Teatro de Santa Isabel, produzido pelo também cantador Daniel Olímpio, e apresentado por Felizardo Moura.
Sábado, com as frisas vazias, e o púbico ocupando apenas a plateia, a dupla Ivanildo Vila Nova e Raulino Silva ganhou o troféu de primeiro lugar do Recife de Repente, com uma diferença de meio ponto para a Edmilson Ferreira e Antônio Lisboa, que ficaram em segundo. Zé Galdino e Zé Viola, em quinto, Hipólito Moura e João Lourenço em quarto, e Raimundo Caetano e Daniel Olímpio em terceiro. foram as demais classificações do desafio
POLÍTICA
O bom humor dos cantadores, no entanto, está cada vez mais restritos aos declamadores, os temas geralmente são muito sisudos. Um dos motes que coube à dupla Zé Galdino e Zé Viola foi “O Brasil deixa muito a desejar relativo a saúde e segurança”. Enquanto a dupla vencedora, Ivanildo Vila Nova e Raulino Silva foram da situação do país à política internacional, incluindo a saída da Inglaterra da União Europeia à oscilação da moeda.
Os declamadores Raldênio Lima e Espingarda do Cordel além de contarem histórias, rimadas, algumas picantes, caprichando no duplo sentido, foram os responsáveis por julgar as duplas. O resultado não recebeu contestação, até os repentistas que participaram d evento costumam levar troféus para casa. O veterano Ivanildo Vila Nova, é um dos repentistas que mais acumulam premiações em sua longa carreira, a ponto de um dos violeiros, depois de anunciado resultado, gracejar, perguntando se ele tinha onde colocar o novo troféu.
O público ficou restrito aos adeptos da cantoria de viola, que ainda não atraiu jovens, nem mesmo músicos, que muitas vezes citam influências do repente. Pelo menos patrocinadores acenam para os violeiros, e o produtor Daniel Olímpio se disse incentivado à realizar a segunda edição do evento em 2017.