Uma das expressões mais tradicionais de Pernambuco, os caboclinhos foram eleitos nesta quinta (24) patrimônio imaterial do Brasil. Agora, o caboclinho fará parte do Livro das Formas de Expressão e terá “o reconhecimento, a valorização e a salvaguarda de um conjunto de bens culturais, saberes, fazeres e formas de expressão que o representam”.
Quando viu pela primeira vez os caboclinhos, na década de 1930, o escritor paulista Mário de Andrade afirmou: “De todas as danças dramáticas que vi, os caboclinhos são o único bailado verdadeiro”. Atualmente, existem cerca de 70 grupos em Pernambuco.
A expressão foi aceita como patrimônio imaterial por unanimidade – a votação aconteceu no Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, na sede do Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília.
Além da Fundarpe, da Secretaria de Cultura de Pernambuco e da deputada Luciana Santos, acompanharam a votação o presidente da Associação Carnavalesca dos Caboclinhos e Índios de Pernambuco - ACCIPE, Erivaldo de Oliveira (Peu), o presidente dos Caboclinhos 7 Flexas do Recife, Paulo Sérgio dos Santos Pereira (Paulinho 7 Flexas), e o presidente do Clube Carnavalesco Tribo Indígena Tupã, Amauri Rodrigues de Amorim.
Em depoimento enviado pela Fundarpe, Paulinho 7 Flexas destacou o título. “Para nós, o título evidencia uma luta de 10 anos que visa especialmente celebrar a cultura popular pernambucana através de uma tradição já reconhecida por mestres como Ariano Suassuna e Antônio Carlos Nóbrega, além de diversas homenagens que são prestadas às agremiações atuantes, não apenas em Pernambuco, como em outros estados brasileiros”, disse. O antigo mestre do cabloclinho, seu pai, faleceu neste mês.