Pode anotar: pelos próximos meses – e principalmente durante o Carnaval – será impossível escapar de Vai Malandra, lançada ontem. A nova canção de Anitta, a última de seu ousado projeto CheckMate, impactou com clipe cheio de referências às duas origens funkeiras e confirmou o status da carioca como maior artista pop do País da atualidade.
Gravado em setembro, no Morro do Vidigal, com participação de membros da comunidade, Vai Malandra fecha o CheckMate, para o qual, desde setembro, a cantora carioca lançou um clipe por mês, com canções em inglês, espanhol e, agora, português.
Para conquistar o mercado internacional, não deu ponto sem nó. Iniciou, em janeiro, com o clipe de Loka, parceria com Simone & Simaria que se tornou o vídeo nacional mais assistido no Youtube – mais de 500 milhões de visualizações. Poucos dias depois, outra colaboração-sucesso: Você Partiu Meu Coração, com Nego do Borel e Wesley Safadão.
Em maio, engatou parceria com a rapper australiana Iggy Azealia, intitulada Switch. Com ela, se tornou a primeira brasileira a se apresentar no badalado programa de Jimmy Fallon. Poucos dias depois, revelou o clipe de Paradinha, sua primeira canção em espanhol. Não 24 horas, uma nova bomba: Sua Cara, dueto com Pabllo Vittar (que também teve um excelente ano), produzido pelo badalado trio Major Lazer (que já trabalhou com divas como Beyoncé).
Com Anitta, a sensação era essa: não se passava um dia sem notícias de alguma empreitada e, definitivamente, não era possível ligar o rádio, a televisão ou serviços de streaming sem zapear por algum hit seu. Rolaram ainda parcerias com Harmonia do Samba, Gustavo Mioto, Solange Almeida, só para citar alguns. Ou seja: pop, axé, sertanejo: Anitta entendeu que, em tempos de cliques, diversificar é um grande trunfo.
Da balada Will I See You à eletrônica Is That For Me, passando pelo reggaeton Downtown, com J. Balvin, o CheckMate construiu um crescendo de impacto, pautado na diversidade, cujo auge na nova canção, com Mc Zaac, Maejor, Tropkillaz e o DJ Yuri Martins. O clipe é uma celebração da cultura periférica (ler vinculada), do bronzeamento com fita isolante ao reconhecimento da laje como espaço de comunhão.
“Em Vai Malandra, tive a oportunidade de mostrar minhas origens e um pouco do que eu mesma curtia onde eu morava. Eu vim do baile funk e da favela. Defendo a nossa cultura e me orgulho muito disso”, explicou a artista em entrevistas sobre o clipe.
Com perspicácia e um tino empresarial impecável, Anitta, sem dúvidas, foi o grande nome do ano – feito que deve repetir em 2018.