Dois especialistas do Arquivo Histórico da cidade alemã de Colônia chegam neste sábado (15) ao Rio de Janeiro, para compor a missão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que vai auxiliar a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no resgate do acervo que não foi destruído pelo incêndio do dia 2 de setembro no Museu Nacional.
A informação foi divulgada na quinta-feira (13) pela Deutsche Welle, o braço internacional da comunicação pública da Alemanha, e confirmada hoje (14) pela Unesco à Agência Brasil. Colônia é uma das cidades-irmãs do Rio de Janeiro e foi uma das primeiras a oferecer ajuda junto com a oferta de 1 milhão de euros pelo governo alemão.
Virão ao Brasil o vice-diretor do Arquivo Histórico, Ulrich Fischer, e a chefe da equipe de restauração, Nadine Thiel. Eles devem passar uma semana no país e depois manterão contato e colaboração. A primeira parte do trabalho será avaliar a extensão dos danos ao acervo do Museu Nacional, para depois estimar o que pode passar por uma restauração.
O Arquivo Histórico de Colônia passou por um grande desastre em março de 2009, quando um alagamento nas obras do metrô da cidade fez o prédio inteiro, de seis andares, desabar junto de outras duas construções.
Dois anos após a tragédia, que matou duas pessoas, foi apontado que 85% dos documentos, alguns deles com mais de mil anos, foram recuperados do alagamento e dos escombros, mas 35% do material com danos severos e 50% com danos médios. O custo de restauração foi estimado em 370 milhões de euros e deve levar 30 anos. Porém, em boa parte, só será possível estabilizar o documento para se tornar usável, sem uma restauração efetiva.
A Unesco informou que ainda não foi definida uma agenda de trabalho no Museu Nacional, já que, por enquanto, a chefe da missão, Cristina Menegazzi, está tendo reuniões com autoridades para se inteirar da situação.
O Ministério da Educação (MEC) informou nesta sexta-feira (14) que o ministro da Cultura e Esporte da Espanha, José Guirao Cabrera, “colocou o governo de seu país totalmente à disposição do Brasil para apoio efetivo na reconstrução do Museu Nacional”. A colaboração foi oferecida durante encontro com o ministro Rossieli Soares, ontem (13), em Madri.
Soares destacou que, pela relação histórica com o Brasil, a Espanha tem documentos relevantes que podem contribuir com a recomposição do acervo do Museu Nacional. Além disso, segundo ele, a Espanha também disponibilizou o envio de especialistas em museus. De acordo com o ministro, essa ajuda será solicitada assim que for definido que tipo de trabalho precisará ser feito.
Na quinta-feira (13), o MEC também havia anunciado o apoio do governo francês, com o envio de quatro especialistas. Porém, a Unesco não confirmou quando eles devem chegar ao Brasil.