Neste sábado (29), o Ministro da Educação Mendonça Filho se solidarizou com a emoção do ator Lázaro Ramos pelos ideais do ator levantados durante um debate na Flip 2017 - Festa Literária Internacional de Paraty, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (28). Em entrevista ao Jornal do Commercio, Mendonça disse ser solidário aqueles que defendem uma educação de qualidade e sem discriminação.
“Lázaro defende o mesmo que eu e minha equipe do MEC. Trabalhamos incansavelmente para mudar a triste realidade da educação brasileira. A reforma do ensino médio é um exemplo do nosso empenho”, disse o ministro.
Mendonça Filho também se solidarizou com a professora Diva Guimarães, de 77 anos, que emocionou o público da Flip em seu depoimento sobre preconceito e educação. "O relato retrata a realidade de milhões de brasileiros vítimas de um processo secular de discriminação, preconceitos e injustiças", afirmou o ministro.
ENTENDA O CASO
O ator Lázaro Ramos participou na manhã desta sexta-feira (28) de uma mesa redonda na Flip - Festa Literária Internacional de Paraty, no Rio de Janeiro. Com o tema 'A pele que habito', a ideia era discutir as identidades e as relações de cor nos países que falam a língua portuguesa. Mas o depoimento da professora curitibana Diva Guimarães, de 77 anos, que estava na plateia - e falou sobre a relação entre preconceito e educação - emocionou a todos e ao marido de Taís Araújo, que acabou tecendo críticas à educação no Brasil.
Bastante emocionada, ela relatou o esforço para se educar enquanto uma pessoa negra. Além disso, a professora Diva também falou sobre atitudes preconceituosas diante das minorias: "Os cotistas negros e índios sofrem preconceito dentro das universidades", alertou.
Após o discurso de Diva, Lázaro Ramos se pronunciou: "A gente precisa fazer um pacto de investir em educação pública de qualidade. Não podem sucatear a educação brasileira. A escola pública tem que ser valorizada. O professor tem que ser valorizado", disse o ator, também emocionado, sob aplausos e gritos de "Fora Temer" pela plateia.
Veja o vídeo:
O ministro da Educação, Mendonça Filho, considera importante iniciativas que deem amplitude ao debate sobre a educação brasileira em fóruns qualificados e plurais como a Festa Literária Internacional de Paraty.
O ministro se solidariza com a professora Diva Guimarães, cujo relato feito na Flip retrata a realidade de milhões de brasileiros vítimas de um processo secular de discriminação, preconceitos e injustiças.
Mendonça Filho defende um consenso nacional em torno da educação que se sobreponha a paixões partidárias e ideológicas, convergindo para a melhoria do ensino de crianças e jovens.
O ministro parabeniza ainda o ator Lázaro Ramos, que defendeu na Flip educação pública de qualidade e a valorização dos professores, “Lázaro defende o mesmo que eu e minha equipe do MEC. Trabalhamos incansavelmente para mudar a triste realidade da educação brasileira. A reforma do ensino médio é um exemplo do nosso empenho”, afirmou.
Mendonça destaca que a execução de políticas públicas da educação básica no Brasil, como prevê a Constituição, são de responsabilidade de estados e municípios, que devem atuar junto com o Governo Federal, para promover equidade e qualidade.
O ministro se coloca à disposição da professora Diva e do ator Lázaro para discutir políticas públicas de educação, o que vem fazendo em sua gestão, com a participação de diversos segmentos da sociedade.
Para Mendonça, avaliações como a do Pisa 2015, que coloca o Brasil entre as oito piores nações do mundo na área, mostram que a educação brasileira fracassou porque o País fez escolhas erradas e aplicou mal os recursos públicos.
“Em pouco mais de 12 anos, o orçamento da Educação triplicou, saindo de R$ 43 bilhões para R$ 135 bilhões, mas isso não se traduziu em qualidade na educação. Muito menos em inclusão social. Temos cerca de dois milhões de jovens que formam a chamada geração ‘nem, nem’: nem estudam e nem trabalham. É uma realidade dramática, que precisa mudar”, afirma.
Além da reforma do ensino médio, as políticas de indução das escolas em tempo integral, de formação de professor, de ampliação do ensino técnico de nível médio e mudanças nos programas de alfabetização têm como objetivo transformar essa realidade. Mendonça ressalta que não vende ilusões e que a melhoria da Educação não é resultado de uma gestão, mas de políticas públicas eficientes, integradas, permanentes e continuadas.