O novo governo grego começa nesta sexta-feira a negociar uma redução da dívida com seus sócios da zona do euro, pressionado pelas advertências da França e da Alemanha.
O chefe dos ministros das Finanças da zona do euro, o holandês Jeroen Dijsselbloem, se reunirá em Atenas com o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras e depois com o ministro da Economia, Yanis Varoufakis.
Depois de dois planos de resgate internacionais de um total de 240 bilhões de euros, o executivo grego quer negociar uma redução de sua dívida (175% do PIB) e uma saída das medidas de austeridades impostas por esta ajuda.
A Grécia deve ainda receber 7 bilhões de euros até o próximo mês, mas Varoufakis já declarou que o governo não quer esse dinheiro, que só aumentaria o problema em discussão.
Segundo ele, o objetivo é reestrutura a dívida e a economia para que a Grécia receba o dinheiro de que precisa em forma de investimentos.
O presidente da Eurocâmara, Martin Schulz, teve um encontro com Tsipras na quinta-feira. Diante dos muitos anúncios contra a austeridade do governo de Tsipras, Schulz endureceu o tom com o governo grego na quarta-feira.
Em mensagem na rede LinkedIn escreveu: "se o novo governo do Syriza quer dizer não para tudo, então a força do senhor Tsipras pode ser de curta duração".
O governo de coalizão de Tsipras, formado pelo Syriza e pelo Gregos Independentes, manifestou abertamente suas intenções na quarta-feira, com uma avalanche de anúncios contrários à doutrina da austeridade, como o congelamento de várias privatizações, o aumento do salário mínimo e a reintegração de funcionários.
Tsipras também anunciou que buscará com a troika de credores do país (UE, BCE e FMI) uma solução "viável" e "mutuamente favorável" ao problema da dívida (175% do PIB) e ao programa de assistência financeira vigente. Os mercados responderam na quarta-feira com fortes quedas aos primeiros anúncios do governo de Tsipras.