A Rússia aceitou que o tratado de livre comércio entre a União Europeia (UE) e a Ucrânia entre em vigor em 1º de janeiro de 2016, anunciou nesta segunda-feira (18) a Comissão Europeia.
"A referência que [o acordo comercial] entre em vigor em 1º de janeiro de 2016 não foi refutada pela delegação russa", disse a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmstrom, após uma reunião com o ministro da Economia russo, Alexei Uliukaiev, e o chanceler ucraniano, Pavlo Klimkin.
Moscou queria prorrogar até abril de 2017 a entrada em vigor do acordo, ratificado pela UE e pela Ucrânia no ano passado.
"Saio dessas negociações com um sentimento de certo otimismo, há sinais que indicam que nos entendemos", afirmou o ministro da Economia, Alexei Uliukaiev, às agências russas.
"Entretanto, não falamos deste tema e acreditamos que devemos usar o tempo que dispomos da maneira mais eficaz possível", acrescentou.
O tratado de livre comércio com a Ucrânia constitui o capítulo comercial do Acordo de Associação assinado no ano passado pela UE e pelo governo pró-europeu de Kiev.
Trata-se do mesmo tratado que o presidente deposto Viktor Yanukovich se negou a assinar em novembro de 2013, desencadeando uma série de protestos que derrubaram seu governo e desembocaram em uma guerra civil no leste do país, antes da anexação da Crimeia pela Rússia.
A entrada em vigor do TLC estava prevista para novembro de 2014, mas a UE, por iniciativa da chanceler alemã, Angela Merkel, após a primeira trégua nos combates no leste, a adiou até janeiro.
Moscou denuncia que o Acordo de Associação não considera as relações da Rússia com a Ucrânia e o capítulo comercial constitui uma ameaça a suas exportações.