Juros futuros fecham em alta com política, leilão, meta fiscal e exterior

Em relação ao cenário fiscal, os investidores reagiram mal à decisão do governo de reduzir a meta de superávit primário de R$ 24 bilhões para R$ 2,8 bilhões
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 24/03/2016 às 18:00
Em relação ao cenário fiscal, os investidores reagiram mal à decisão do governo de reduzir a meta de superávit primário de R$ 24 bilhões para R$ 2,8 bilhões Foto: Foto: Marcos Santos USP Imagens


Os juros futuros deram sequência nesta quinta-feira, 24, ao movimento de correção de alta das taxas visto ontem, ainda com base nas incertezas do cenário político, na alta do dólar e no aumento da percepção do risco fiscal. O ambiente externo mais cauteloso e o leilão de papéis prefixados do Tesouro Nacional também corroboraram o aumento de prêmios na curva a termo. Em sessão de liquidez mais baixa nesta véspera de feriado da Páscoa, ao término da sessão regular, o DI para janeiro de 2017 estava na máxima de 13,83%, ante 13,72% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2018 subiu de 13,42% para 13,62% (máxima). Nos longos, o DI com vencimento em janeiro de 2021 estava em 14,07%, de 13,85%.

O noticiário do dia não trouxe novidades em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff nem sobre a situação do ex-presidente Lula, mas os investidores continuaram a reduzir posições vendidas em taxas, uma vez que a próxima semana traz eventos decisivos para o quadro político. Entre eles, o encontro do Diretório Nacional do PMDB, na próxima terça-feira, dia 29, quando a legenda poderá decidir sobre um possível desembarque do governo. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) volta do recesso e pode decidir sobre a nomeação do ex-presidente como ministro-chefe da Casa Civil.

Em relação ao cenário fiscal, os investidores reagiram mal à decisão do governo de reduzir a meta de superávit primário de R$ 24 bilhões para R$ 2,8 bilhões, sendo que, com a possibilidade de abatimento, as contas do governo poderão ter um rombo de R$ 117,85 bilhões.

No exterior, a possibilidade alta de juros nos Estados Unidos, que ganhou força com discursos recentes de membros do Federal Reserve, inibiu a demanda por risco, como ações e ativos de mercados emergentes, contribuindo para a subida dos juros e do dólar. O recuo dos preços do petróleo também pesou. A moeda norte-americana tinha alta de 0,30% ante o real, cotada em R$ 3,6906, no segmento à vista, influenciada ainda pelo cenário político doméstico, perto das 16h30.

Por fim, como é padrão às quintas-feiras, houve pressão de alta do leilão de Letras do Tesouro Nacional (LTN) nas taxas futuras, dadas às operações de proteção contra o risco prefixado dos papéis. O Tesouro vendeu 7,5 milhões de títulos em três vencimentos, com volume financeiro total de R$ 5,454 bilhões.

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