Brexit levanta incertezas sobre termos da fusão da LSE com a Deutsche Börse

O principal regulador financeiro da Alemanha, o BaFin, se opõe aos termos do acordo que coloca a sede da nova holding em Londres
Estadão Conteúdo
Publicado em 04/07/2016 às 16:50
O principal regulador financeiro da Alemanha, o BaFin, se opõe aos termos do acordo que coloca a sede da nova holding em Londres Foto: Foto: Reprodução/Internet


A primeira etapa para a fusão da London Stock Exchange (LSE) com a Deutsche Börse foi concluída nesta segunda-feiram (4), com a aprovação dos acionistas da LSE. No entanto, obstáculos maiores ainda estão por vir, devido à decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia.

O enfoque agora está na Deutsche Börse, que está fazendo uma enquete para seus acionistas marcada para terminar no dia 12 de julho. O presidente da controladora da Bolsa de Frankfurt, Joachim Faber, garante que "continua recomendando a transação", mas a surpresa do Brexit gerou incerteza sobre se a fusão poderá ser completada sob os termos atuais.

No dia seguinte ao plebiscito que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia, as duas Bolsas divulgaram um comunicado em conjunto afirmando que continuam comprometidas com os termos negociados e com "o processo para obter as aprovações necessárias". Também foi montado um comitê para avaliar o impacto do Brexit na fusão.

Caso os acionistas da Deutsche Börse também aprovem a fusão, outras barreiras precisarão ser superadas. 

O principal regulador financeiro da Alemanha, o BaFin, se opõe aos termos do acordo que coloca a sede da nova holding em Londres. O presidente do BaFin, Felix Hufeld, disse no mês passado que "é difícil imaginar que a bolsa mais importante da zona do euro seria gerenciada numa sede fora da União Europeia. Certamente terá de haver um ajuste".

O BaFin é um dos 20 reguladores no mundo que precisa aprovar a fusão, ainda que não tenha poder de veto. Isso está nas mãos do ministério das Finanças do estado de Hesse, um dos reguladores que supervisionam a Deutsche Börse. 

Mesmo assim, o tom dos britânicos é de otimismo. Questionado por um acionista sobre as aprovações relacionadas a política e antitruste, o presidente da LSE, Donald Brydon, disse estar "confiante de que vamos passar de forma satisfatória".

 

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