O dólar retomou uma alta moderada nesta terça-feira (27), sendo acompanhado pelos juros futuros, após cair com investidores minimizando a primeira denúncia criminal da Procuradoria-geral da República contra o presidente Michel Temer O enfraquecimento da moeda americana foi pontual e refletiu a queda ante divisas principais no exterior em meio à alta do petróleo.
Na manhã desta terça-feira (27), investidores passaram a precificar, ainda que discretamente, a perspectiva de atraso da reforma da Previdência após o fatiamento das denúncias do procurador-geral da República contra o presidente Michel Temer, disse um gerente de uma gestora de recursos.
O operador da corretora Hcommcor, Cleber Alessie Machado Neto, disse que se fosse uma denúncia "apocalíptica" o dólar não estaria onde está. "Mas o fatiamento da denúncia prolonga o cenário de crise, que já cansa o mercado", afirma.
A única novidade para ele foi o fatiamento das denúncias, que só aumenta a incerteza, diz. "Mas se isso se traduz em algo positivo ou negativo para a agenda de reformas não se sabe", diz Machado Neto. "O que seria melhor para as reformas, com ou sem Temer. Fica essa grande incerteza na cabeça do investidor. O dólar até pode cair, mas não há otimismo nesse momento. O dólar tem espaço para tentar uma ptax mais alta neste fim de mês", prevê.
O gerente da gestora de recursos mencionado disse que o viés de baixa do dólar no exterior e a alta do petróleo limitam a correção frente o real. Para ele, o mercado parece estar minimizando a denúncia.
Às 9h38, o dólar á vista subia 0,31%, aos R$ 3,3119. O dólar futuro para julho estava em alta de 0,44%, aos R$ 3,3155.