Infraero: não se fala em novas concessões de aeroportos

Gustavo Valle, presidente da entidade, afirmou que a estatal precisa de R$ 700 milhões para implantar seu plano de demissão voluntária
Karol Albuquerque
Publicado em 09/10/2014 às 15:29
Gustavo Valle, presidente da entidade, afirmou que a estatal precisa de R$ 700 milhões para implantar seu plano de demissão voluntária Foto: Foto: Infraero


O presidente da Infraero, Gustavo Valle, afirmou na manhã desta quinta-feira (9) que o governo federal não discute, ainda, novas concessões para aeroportos no País. Valle afirmou que a estatal precisa de R$ 700 milhões para implantar seu plano de demissão voluntária (PDV), solução encontrada para minimizar o prejuízo anual da empresa com as concessões de terminais realizadas nos últimos dois anos. Segundo ele, seria possível retomar o "equilíbrio dos resultados" já em 2016.

"Em função das concessões, quando entregamos seis aeroportos, perdemos as receitas mas continuamos com as despesas. Isso nos dará uma perda anual de R$ 450 milhões a partir do próximo ano", afirmou Valle. Segundo ele, o valor se refere a 25% da arrecadação do governo federal com as outorgas das concessionárias, anualmente. "É um efeito da decisão bem sucedida de conceder os aeroportos", completou.

Questionado se o prejuízo poderia aumentar com novas concessões, aguardadas pelo mercado, o presidente da empresa afirmou que "ainda não se fala em novas concessões no governo".

Valle afirmou que o plano de demissões é a "única forma de equilibrar receitas e despesas" da estatal. Segundo ele, até o momento, 2.200 funcionários já sinalizaram interesse pelo plano, mas a meta é chegar a 2.900 - cerca de 25% do efetivo total da Infraero. "Temos recebido de volta mais de 75% dos funcionários dos aeroportos concedidos", afirmou o presidente.

"Isso não precisa ser feito da noite para o dia. É uma questão orçamentária discutida dentro de um cronograma", completou. Valle avalia que as demissões ocorreriam gradualmente ao longo do próximo ano, pois a Infraero "não tem condições operacionais de perder esses funcionários" de uma única vez. A previsão, segundo ele, é que já em 2016 a estatal possa retomar o equilíbrio de suas operações. "É um importante aporte. A cada R$ 100 milhões investidos no PDV, teríamos R$ 60 milhões em economia só no primeiro ano. Independente do volume gasto, em um ano e meio conseguiríamos reverter os prejuízos e equilibrar os resultados."

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