Petrobras gera perda de R$ 2,6 bilhões ao BNDES

O BNDES estimou esse valor com uma perda "passível de não recuperação"
Da Folhapress
Publicado em 30/03/2015 às 18:00
O BNDES estimou esse valor com uma perda "passível de não recuperação" Foto: Foto: VANDERLEI ALMEIDA / AFP


A crise da Petrobras e queda de valor de mercado da companhia contaminou o balanço do BNDES, que detém 10% do capital total da petroleira também estatal. O banco teve uma perda de R$ 2,6 bilhões, ao reavaliar o valor de sua participação na companhia em razão "do declínio prolongado e significativo no valor de mercado das ações" da empresa.

O BNDES estimou esse valor com uma perda "passível de não recuperação", seguindo recomendações do Banco Central. Dessa cifra, R$ 1 bilhão foi lançada no balanço do ano passado e reconhecida como perda. O restante -que o banco ainda espera recuperar- permanece no patrimônio do banco, como um ajuste de avaliação patrimonial.

Segundo o BNDES, o tamanho da perda de valor da participação na Petrobras levou em conta uma nova em avaliação econômico-financeira da companhia -que sofre com a depreciação de seus ativos diante da queda do petróleo e das perdas com corrupção. O banco diz que a empresa não gerou baixas decorrentes de inadimplência em empréstimos.

Ao assumir essa baixa em suas contas (principal fator negativo em seu balanço), o BNDES viu seu lucro limitado em 2014 a R$ 8,594 bilhões. O desempenho, porém, supera em 5,4% os R$ 8,150 bilhões obtidos em 2013.

De acordo com o BNDES, o desempenho foi influenciado positivamente pelo retorno de financiamentos concedidos, que passou de R$ 11,7 bilhões em 2013 para R$ 13,4 bilhões em 2014.

Apesar da perda com a Petrobras, o banco ressalta que "outro importante fator que contribuiu para o lucro de 2014 foi o resultado com participações societárias", cujo resultado avançou de R$ 2,5 bilhões em 2013 para R$ 2,9 bilhões em 2014. "Cabe destacar que tal crescimento foi realizado num cenário de intensa volatilidade no mercado de capitais."

O ambiente de maior incerteza fez o banco fazer provisões maiores (reservas de recursos) para eventuais perdas em investimentos -o número saltou de de R$ 2 bilhões em 2013 para R$ 2,8 bilhões em 2014.

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