O avanço de 1,88% no Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) em outubro é o maior desde julho de 2008, quando o indicador subiu 2,00%, segundo os dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). Considerando apenas meses de outubro, o resultado é o mais elevado desde 2002, quando houve crescimento de 3,32%.
Com isso, a inflação em 12 meses medida pelo IGP-10 deu um salto, de 7,82% em setembro para 9,83% neste mês. O avanço de 2,01 ponto porcentual no período garantiu a maior taxa desde maio de 2011, quando o índice geral subia 10,44%.
A maior pressão para a aceleração da taxa, tanto na leitura mensal quanto em 12 meses, partiu do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mensura a inflação atacadista. Em outubro, a alta ficou em 2,62%, mais de três vezes o resultado do mês passado (0,82%). Com isso, a taxa avançou a 10,36% em 12 meses.
Avanço do IPA
A inflação atacadista mais que triplicou na passagem de setembro para outubro no âmbito do IGP-10. Preços de soja, milho, minério de ferro, alimentos processados e materiais para a manufatura deram um salto no período, provocando a aceleração, informou nesta sexta-feira, 16, a FGV.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 2,62% em outubro, o resultado mais elevado desde fevereiro de 2003 (2,67%). No mês passado, esse resultado havia ficado em menos de um terço (0,82%).
Uma das maiores pressões veio das matérias-primas brutas, que aceleraram de 1,56% em setembro para 4,62% este mês, apontou a FGV. Ganharam força os itens soja em grão (4,37% para 8,87%), minério de ferro (-1,06% para 4,61%), milho em grão (2,24% para 12,58%) e suínos (1,82% para 16,04%). As desacelerações do café em grão (6,70% para 1,18%), do leite in natura (1,30% para -1,31%) e da mandioca aipim (4,99% para 2,13%) não foram suficientes para frear o índice.
Nos bens intermediários, a inflação saiu de 0,94% para 2,15%, com aceleração em todos os cinco subgrupos. O destaque foram os materiais e componentes para a manufatura (1,21% para 3,01%), considerados um termômetro da transmissão do câmbio para os preços. Só o farelo de soja, um item de destaque, ficou 10,54% mais caro.
Os combustíveis e lubrificantes para a produção também ganharam força diante do reajuste do diesel nas refinarias, que anulou as quedas no querosene de aviação (-7,86%) e do óleo combustível (-2,17%), apontou a FGV.
Entre os bens finais, a alta de 0,10% registrada em setembro passou a uma elevação de 1,47% em outubro. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo alimentos processados (0,91% para 2,85%), que inclui carnes bovinas, suínas e aves frigorificadas, entre outros itens.