A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 10,0% em outubro, informou na manhã desta sexta-feira (23), a Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores. O resultado é idêntico aos observados em agosto e setembro, mantendo-se no maior nível da série histórica, iniciada em setembro de 2005.
"O resultado indica haver certa rigidez por parte dos consumidores em reverter suas expectativas para um cenário mais otimista, ou mais próximo do cenário desenhado pelo governo, com relação à inflação futura", avaliou o economista Pedro Costa Ferreira, pesquisador da FGV, em nota.
"Parece também que o fator que mais está contribuindo para a expectativa de inflação futura é a inflação atual. Este é um cenário que merece atenção, na medida em que os consumidores a utilizarão para negociar contratos e formar preços", acrescentou
Segundo a instituição, em relação ao mês de outubro, 75,5% das famílias preveem uma inflação acima de 9% para os próximos 12 meses. A maior parte (39,1%) aposta em aumento de preços entre 9% e 10%, enquanto o restante acredita em avanços ainda mais intensos.
Inflação dentro da meta de 4,5% nos próximos 12 meses (até outubro de 2016) é possível apenas para 0,9% das famílias brasileiras, segundo a FGV. Além disso, todas as faixas de renda esperam, em média, inflação de 10,0% nos próximos 12 meses.
O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores é obtido com base em informações coletadas no âmbito da Sondagem do Consumidor. Produzidos desde setembro de 2005, os dados vinham sendo divulgados de forma acessória às análises sobre a evolução da confiança do consumidor. Desde maio de 2014, as informações passaram a ser anunciadas separadamente.
A Sondagem do Consumidor da FGV coleta mensalmente informações de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Cerca de 75% destes entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.