A greve dos petroleiros reduziu a produção de petróleo do país em 273 mil barris na segunda-feira (2), segundo dia de paralisação nas plataformas da Bacia de Campos. O volume corresponde a 13% da produção nacional e a um prejuízo de US$ 10,6 milhões, considerando o preço médio de exportação do petróleo brasileiro em setembro (US$ 38,7 por barril).
Além disso, informou a Petrobras, a produção nacional de gás natural foi reduzida em 7,3 milhões de metros cúbicos, ou 14% da oferta nacional do combustível.
Em nota distribuída nesta terça-feira (3), a Petrobras ressaltou que a distribuição de combustíveis está funcionando normalmente, sem impactos no abastecimento nacional.
Mesma avaliação tem a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), que também distribuiu comunicado informando que não vê, neste momento, risco de desabastecimento do mercado interno.
O prejuízo financeiro, porém, deve continuar. De acordo com a Petrobras, nesta terça, a redução do volume de produção de petróleo deve ficar em 8,5%, quando comparada à média anterior à greve. Já a produção de gás deve ser 13% menor.
As perdas ocorrem em um momento delicado para a estatal, que busca alternativas para ampliar a geração de caixa e reduzir seu elevado endividamento.
Os petroleiros protestam contra o plano de negócios da companhia, que propõe corte de gastos e venda de ativos.
A greve foi iniciada na quinta-feira (29) por cinco sindicatos filiados à FNP (Federação Nacional dos Petroleiros).
Neste domingo (1º), 13 sindicatos filiados à FUP (Federação Única dos Petroleiros) também cruzaram os braços -entre eles o Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense), que atua na Bacia de Campos, maior produtora nacional de petróleo.
A FUP se recusa a discutir a pauta proposta pela empresa -com reajuste salarial de 8,11%- enquanto não houver negociações sobre sua Pauta pelo Brasil, que pede a readmissão de trabalhadores demitidos, suspensão das vendas de ativos e mais investimentos.
A entidade sequer fez uma contraproposta de reajuste salarial. Já a FNP quer 18% de reajuste.
Diante do impasse, a Petrobras espera ter o apoio de beneficiados pelas receitas do petróleo. "Com a perda de produção, a arrecadação de tributos recolhidos em favor da União Federal, estados e municípios, como os Royalties e a Participação Especial é diretamente impactada", argumentou, no comunicado.