Produção de diesel ameaçada pela greve

Sindicato garante que todos os funcionários da Petrobras na Rnest e na Transpetro aderiram à paralisação. Produção é tocada por equipe de contingência
Da editoria de economia
Publicado em 03/11/2015 às 11:00
Sindicato garante que todos os funcionários da Petrobras na Rnest e na Transpetro aderiram à paralisação. Produção é tocada por equipe de contingência Foto: Foto: Divulgação


Em menos de 48 horas de paralisação, os petroleiros asseguram que as interrupções já impediram que a Petrobras produzisse 400 mil barris de petróleo por dia (bpd). Em Pernambuco, os trabalhadores afirmam que ocorreu 100% de adesão dos funcionários da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e da Transpetro, subsidiária da estatal que faz o transporte de combustível.

De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), ligado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), das 44 plataformas instaladas na Bacia de Campos – no Sudeste, de ontem saem 70% da produção nacional de petróleo –, 22 chegaram a ter o funcionamento completamente interrompido durante a greve. Outras oito plataformas operam parcialmente. Com isso, cerca de 400 mil barris de petróleo por dia (bpd) deixaram de ser produzidos desde o início do movimento, às 19h do último domingo. O volume representa 25% da produção total da Petrobras.

Em Suape, segundo o diretor de comunicação do Sindipetro PE e PB, Jairson Ribeiro, mesmo com a greve, a Rnest e a Transpetro estão em operação devido à atuação de equipes de contingência. “A Rnest produz 85% do diesel consumido no Norte e Nordeste. O problema de desabastecimento nas duas regiões pode surgir quando a equipe de contingência parar, o que pode ocorrer a partir da manhã de quarta-feira (4)”, conta. Segundo alguns empresários consultados pela reportagem, o desabastecimento não será de imediato, porque muitas empresas têm o combustível armazenado. 

A assessoria de imprensa da Petrobras no Recife informou que a estatal está avaliando os impactos das mobilizações dos sindicatos e as equipes de contigência da companhia foram acionadas e estão operando em algumas unidades. No entanto, em alguns locais, estão ocorrendo bloqueios de acessos, cortes de rendição de turno e ocupação. A empresa diz estar “tomando todas as medidas necessárias para manter a produção e o abastecimento de mercado, garantindo a segurança dos trabalhadores e das instalações”.Segundo a empresa, as consequências da greve ainda são avaliadas. 

O diretor do Sindipetro-NF, Leonardo Ferreira, acusa a empresa de escalar para o trabalho funcionários que ocupam cargos de coordenação, sem experiência na rotina operacional. A principal reivindicação dos sindicalistas é evitar a venda de ativos da petroleira e a perda de postos de trabalho.

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