Os economistas consultados pelo Banco Central pioraram de 1,51% para 1,90% a projeção de retração do PIB (Produto Interno Bruto) para 2016, enquanto a estimativa de inflação ao fim do próximo ano aumentou de 6,29% para 6,47%. Os dados são do boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC.
Para este ano, o IPCA (índice oficial de inflação) está projetado em 9,99%, ante 9,91% no boletim passado e 9,70% há quatro semanas. A meta de inflação do Banco Central é de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Boletim Focus
A piora se dá em meio a expectativas de que a inflação de 2015 supere a casa dos dois dígitos. A última vez que isso ocorreu foi em novembro de 2003, quando chegou a 11,02%. Naquele ano, o país enfrentava uma crise gerada pela incerteza do mercado financeiro sobre o primeiro governo do PT.
A projeção do PIB para o fim deste ano também foi piorada. A queda estimada passou para 3,10%, ante 3,05% na semana anterior. Há quatro semanas, a perspectiva era de retração de 2,97%.
A meta da taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 14,25% em 2015 - o que indica que o mercado vê manutenção da taxa na última reunião do ano, em dezembro.
Para 2016, porém, a expectativa para o fim do ano aumentou para 13,25%, em comparação com os 13% da semana anterior. A alta se dá em linha com a projeção de uma inflação mais persistente em 2016. A Selic é o instrumento utilizado pelo BC para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia.
Também foram mantidas as previsões para a taxa de câmbio nos fechamentos de 2015 e 2016, em R$ 4,00 e R$ 4,20, respectivamente.